Duas empresas europeias demonstraram interesse em operar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande. A informação foi revelada pelo secretário de Cidades (Secid), Wilson Santos (PSDB), nesta quinta-feira (04). As interessadas seriam a CAF e Alstom e o modelo escolhido será a Parceria Público-Privada (PPP).
“Várias empresas já demonstraram interesse em operar o VLT. A CAF – que é espanhola – e a Alstom – que é francesa – foram algumas delas. Há grandes grupos internacionais e nacionais dispostos a operar o nosso modal. Além disto, elas têm expertise. Isso porque operam em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, entre vários outros”, disse o secretário.
Wilson ainda lembra que a obra será terminada pelo Governo do Estado, através do Regime Diferenciado de Contratação (RDC). Após a rescisão unilateral do contrato com o Consórcio VLT, o Executivo já prepara uma nova licitação e quer que as obras sejam retomadas ainda este ano.
Para a operação, o modelo escolhido é a Parceria Público-Privada (PPP), com a empresa devendo cuidar do novo modal durante 30 anos (o tempo ainda será discutido). Em recente entrevista ao Olhar Direto, Wilson destacou que “vamos fazer a Parceria Público-Privada (PPP) no segundo momento, para operação e desenvolvimento urbano. Um exemplo: o terminal do Porto, em vez do governo colocar o dinheiro dele, o empresário constrói e você dá autorização para fazer uma torre para alugar para quem ele quiser por 20 a 30 anos”.
Como já havia adiantado ao Olhar Direto, o secretário explicou que existe um esforço para que o preço seja enxugado: “Teremos o túnel que vai ligar o Consil ao Araés/Baú, que estava no escopo do VLT e isso agora vai ser feito pela prefeitura, o que nos fará economizar R$ 1,5 ou R$ 2 milhões. Além disto, teremos mais R$ 25 milhões de economia com a exclusão daquela trincheira na avenida do CPA, a Luiz Felipe”.
A trincheira Luiz Felipe teria 340 metros de extensão por 32 metros de largura. Seria constituída da via permanente, para passagem do VLT, e três faixas de rolamento por sentido, para tráfego geral dos veículos. Sobre a trincheira também era prevista a construção de uma rotatória que seria usada para conversão e acesso à rua Luiz Felipe – sentido Rodoviária de Cuiabá -, e em direção ao bairro Terra Nova.
As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) tiveram início em 2012, com previsão de conclusão em março de 2014, três meses antes da Copa do Pantanal Fifa 2014, tendo Cuiabá como uma das sedes – quatro jogos foram realizados na Arena Pantanal José Fragelli. Alegando não ter recebido por parcela considerável do que já havia realizado, o Consórcio VLT paralisou as obras em dezembro de 2014.
Após a posse, o governador Pedro Taques determinou auditoria nas obras e no contrato do Consórcio VLT. Constatou-se superfaturamento e falhas pontuais, como a aquisição antecipada das locomotivas e vagões do VLT supostamente por causa de um período de baixa do dólar.
Em fins de 2015, por determinação do juiz Ciro Arapiraca, da Seção Judiciária de Mato Grosso, houve a retomada das conversações do governo com o Consórcio VLT, para que as obras pudessem ser concluídas. Após a delação premiada de Silval Barbosa, revelando que houve corrupção, o contrato foi rompido. No início, o valor do projeto foi fixado em R$ 1,447 bilhão.