A instalação de pagamento por QR Code no transporte público facilitará a oferta de viagens combinadas com pagamento único: ou seja, fazer parte do trajeto de carro, chamado por app, e parte de metrô, por exemplo.
“Há situações em que o transporte público é mais rápido. Poderíamos sugerir uma rota ao usuário que combinasse uma viagem de carro até a estação e, de lá, que seguisse pelo metrô até o destino final, mas pagando tudo de uma vez só”, comenta Pedro Meduna, presidente da Cabify no Brasil.
“Ao chegar na catraca, ele exibiria um código e não precisaria comprar um bilhete nem pegar fila. E a empresa faria o pagamento da passagem para o metrô ao final do dia”, sugere.
Meduna diz que uma solução assim depende de integração de sistemas com as redes de transporte público. Ainda não há negociações em andamento sobre esse tema com os metrôs, mas a empresa conversa com autoridades municipais sobre os projetos para integrar vários meios de transporte em uma só plataforma.
O metrô de São Paulo e a CPTM, que opera os trens metropolitanos, fazem testes com o uso de QR Codes para pagar a passagem desde setembro. A avaliação foi estendida até dezembro. Até a semana passada, foram vendidos quase 300 mil bilhetes com essa tecnologia. Em cidades da China, o uso de QR Codes para pagamento do transporte é comum.
Outro modelo considerado pela Cabify é combinar aluguel de carros com seu serviço atual. “A pessoa poderia pegar um Cabify e ir até um ponto de empréstimo de carro e, de lá, sair dirigindo e fazer uma viagem para outra cidade”, comenta Meduna.
Essa integração tarifária entre os diferentes meios pode levar, no futuro, à criação de pacotes integrados, como na telefonia: o usuário compraria uma cota de viagens (como 30 km ao dia) e pagaria um valor fechado para usar o modal que for mais interessante em cada situação, incluindo patinetes, bicicletas e carros.
Criada na Espanha, a Cabify atua em vários países da América Latina como aplicativo para chamar carros e absorveu a Easy Taxi. Ela tem participações em outras duas empresas ligadas à mobilidade urbana: a Movo, que empresta patinetes e motos elétricas, e a Glovo, de entregas urbanas. A Movo já anunciou planos de chegar ao Brasil, mas não há data confirmada para isso.
23/10/2019 – Folha de São Paulo