Estudo da ANPTrilhos constata como é o monitoramento de imagens dentro dos vagões de trens e de metrôs no Brasil e aponta desafios para o setor
Em julho de 2007, terroristas supostamente associados à rede Al-Qaeda explodiram três bombas no metrô de Londres – o LU (London Underground), matando 52 pessoas e deixando mais de 700 feridos. No mesmo ano, houve a tentativa de explosão de outros três artefatos, mas o episódio não foi exitoso devido à ajuda de uma importante tecnologia: o videomonitoramento de tudo que ocorre dentro dos trens.
Na capital londrina, desde 1970, o fluxo de usuários já é gerenciado por meio de câmeras nos vagões e nas estações. Mas, após os incidentes de 2007, a transmissão em tempo real para o CCO (Centro de Controle Operacional) deu agilidade e conferiu maior segurança à operação.
Como é o monitoramento em tempo real no Brasil?
Aqui no país, apenas duas empresas fazem esse tipo de transmissão: a ViaQuatro, responsável pela linha de integração entre a Estação da Luz e o Butantã, em São Paulo, e o VLT Carioca (Veículo Leve sobre Trilhos), no Rio de Janeiro, que integra o centro da cidade à região portuária.
Em outros sistemas, onde o videomonitoramento existe, as imagens são gravadas no próprio trem e disponibilizadas aos operadores/condutores dos vagões. Caso alguma empresa queira recuperá-las, precisa buscar o arquivo fisicamente. No total, as operadoras nacionais dispõem de cerca de 30 mil câmeras, das quais 15 mil estão instaladas nos trens e o restante nas estações.
As informações constam do mais recente estudo da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), realizado em parceria com a USTDA (United States Trade and Development Agency), chamado “Monitoramento de vídeo em tempo real”. O objetivo foi avaliar as tecnologias embarcadas existentes no país e oferecer possíveis soluções para que as empresas possam adquirir sistemas que transmitem imagens, em tempo real, do interior dos trens para o centro de controle operacional.
Benefícios
“Esse tipo de sistema é poderoso para garantirmos maior segurança aos usuários dos trens e metrôs. Precisamos avançar na tecnologia porque se trata de um instrumento eficaz de controle da operação”, afirma o diretor de planejamento da ANPTrilhos, Conrado Grava de Souza. Porém o custo elevado e a dificuldade para aquisição de redes de banda larga de radiofrequência estão entre as dificuldades apontadas pelo estudo da ANPTrilhos para a implantação da transmissão em tempo real.
O estudo propõe um plano de ação para implementação de sistemas de monitoramento em tempo real em todo o país. Os custos não foram revelados, mas a ANPTrilhos sugere que cada trem tenha 13 câmeras por vagão.
Leia a íntegra da reportagem está na edição de agosto da Revista CNT Transporte Atual. Clique aqui para fazer download.
Foto: Divulgação/Via Quatro