Trabalho realizado pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM-Cepid/Fapesp) oferece base com dados a respeito do transporte metroferroviário em metrópoles e municípios
Segundo mostrou a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), um sistema metroferroviário pode ocupar até 20 vezes menos espaço que outras opções de mobilidade, além de favorecer a redução de emissões de CO2. Em grandes cidades, como São Paulo, é natural que esse sistema ganhe especial relevância dada a quantidade de usuários. Nesse contexto, pesquisadores do Centro de Estudos da Metrópole (CEM-Cepid/Fapesp) desenvolveram um mapeamento do transporte metroferroviário na região metropolitana de São Paulo, que combina imagens de satélite e dados oficiais para oferecer informações completas e especializadas.
Em entrevista ao programa Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o geógrafo Daniel Waldvogel Thomé da Silva, que também é pesquisador do CEM, conta que, para o mapeamento, foi utilizado um sistema de geoprocessamento, carregado por informações geográficas. “É uma informação muito importante para quem está estudando mobilidade e transporte: quais são as vias mais usadas e onde você tem demanda por novas linhas, por exemplo. Tudo isso é uma sucessão de novas informações, que dependem de dados censitários para se conhecer a população que vive no entorno de cada uma das estações”, afirma.
Os arquivos do mapeamento estão disponíveis gratuitamente no site do CEM. “Quando o CEM foi fundado, há 30 anos, a quantidade de bases cartográficas espaciais era muito pequena e elas estavam concentradas no setor privado. No nosso site, hoje, basta você fazer um breve cadastro com informações mais gerais e de localizações e você tem acesso a toda a nossa biblioteca de informações”, conta Silva, mencionando que as bases são acessadas principalmente por pesquisadores e professores, inclusive do Ensino Médio.
Na área do transporte, por exemplo, o CEM oferece um mapeamento amplo com dados terminais de passageiros e linhas e corredores de ônibus de regiões metropolitanas do Brasil, como a de São Paulo. “É uma ferramenta muito rica poder observar os dados, principalmente visto sob a égide espacial. Você mostra que alguns lugares têm dados e que esses dados também têm um lugar. Esse é um trabalho que nunca acaba, porque ele é de atualizar a base de logradouros ou mesmo a base de transporte metroferroviário, que está sempre sendo atualizada, sempre crescendo. O tecido urbano de São Paulo não para de se alterar e expandir.”
16/06/2021 – Jornal da USP