No Dia do Ferroviário, conheça a história da CPTM e de suas linhas

Companhia atende os moradores de 18 municípios da região metropolitana, incluindo a Capital

Para celebrar o Dia do Ferroviário (30/04), a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) traz um pouco da história das suas linhas e da sua criação, que completa 30 anos em 2022.

A CPTM é uma operadora de transporte público ferroviário, com 1,9 milhão de passageiros transportados por dia útil (demanda antes da pandemia). Diariamente, os trens percorrem cerca de 65 mil km, ou uma volta e meia em torno da terra, em quase 1.700 viagens programadas. Juntas, as cinco linhas da CPTM somam 196 km de extensão, dos quais 95 km estão na capital paulista, que também conta com 26 estações do total de 57. A CPTM atende os moradores de 18 municípios, incluindo a Capital. Sua história começa em 28 de maio de 1992, após mudanças na Constituição de 1988, quando a empresa herdou as linhas que eram administradas pela Fepasa, de origem estadual, e CBTU, proveniente do Governo Federal.

Linhas 7-Rubi e 10-Turquesa
Entre as cinco linhas que atualmente formam a malha da companhia, temos as Linhas 7-Rubi e 10-Turquesa, que completaram em fevereiro deste ano 155 anos.

A Linha 7-Rubi, que abriga a Estação Jundiaí, desempenha papel imprescindível para a mobilidade e, consequentemente, economia de São Paulo, ligando Luz a Jundiaí. As estações Água Branca, Francisco Morato e Perus eram as paradas que completavam a lista. Renomeada para Linha 7-Rubi, a antiga A–Marrom levou essa nomenclatura durante 145 anos, até março de 2008, quando o Governo do Estado de São Paulo alterou os nomes para atender um projeto de melhor integração com os Sistemas Metropolitanos de Transportes no que diz respeito a sinalização e conjunto. A Linha tem hoje quase 63 quilômetros de extensão e 19 estações.

A Linha 10-Turquesa era a Linha D, com paradas nas estações Brás, Santo André e Rio Grande da Serra, ligando Brás a Rio Grande da Serra, parada final. A Linha também ganhou novo nome em 2008, Linha 10-Turquesa, com 38 quilômetros de extensão e 14 estações.

As operações nas duas linhas iniciaram em 1867 pela empresa inglesa São Paulo Railway Company, que investiu durante muito tempo no sistema ferroviário de São Paulo. A construção de toda estrutura foi iniciada anos antes, em 1860.

A Estação Jundiaí, última parada da Linha 7-Rubi, tem 157 anos e faz parte da história da ferrovia no Brasil. Inaugurado em 16 de fevereiro de 1867, o Complexo da Estação Ferroviária de Jundiaí foi construído para ser o terminal da antiga São Paulo Railway, posteriormente denominada Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Foi a primeira linha ferroviária em território paulista que conectou o planalto ao litoral. As tipologias arquitetônicas da estação refletem o estilo adotado pelos ingleses nas primeiras construções ferroviárias de São Paulo, com técnicas de alvenaria de tijolos e ferro fundido.

Em 17 de fevereiro de 2022, foi entregue parte das obras do projeto de recuperação da estação, patrimônio histórico e cultural do Estado de São Paulo. Com investimentos de R$ 10,19 milhões, as obras beneficiam os 185 mil passageiros que passam por mês pela estação. Os passageiros que passam pela estação Jundiaí podem respirar um pouco de história secular. Por lá, é possível ver um Locobreque, exemplar de uma locomotiva a vapor que operava na ferrovia século passado. A locomotiva passou por um processo de conservação e a cobertura do local onde está exposta também foi restaurada.

As Estações Luz e Francisco Morato foram reconstruídas próximas aos locais das unidades fundadas em 1867. A Estação Luz, que é tombada pelo Condephaat, foi reinaugurada em 1901 com a arquitetura conhecida hoje. Já Francisco Morato foi reconstruída do zero e entregue em 2020 para a população.

Na Linha 10-Turquesa, quatro estações estão simultaneamente em obras: Capuava, Prefeito Saladino, São Caetano e Utinga. Além disso, a nova estação Rio Grande da Serra foi anunciada e será erguida em um local escolhido para promover maior mobilidade à população. A nova estação ferroviária terá o projeto executivo doado pela empresa MRS Logística e contará com recursos da CPTM para a construção.

Ao longo dos últimos três anos, a Linha 10 – Turquesa recebeu intervenções que melhoraram expressivamente a qualidade do serviço oferecido aos passageiros. Todo o esforço das áreas envolvidas no upgrade resultou na redução em 13 minutos do tempo de viagem, que passou de 56 minutos, em 2018, para 43 minutos no final de 2021.

Além disso, em 2020, o Expresso Linha 10, serviço que liga nos horários de pico as estações Santo André e Tamanduateí, com uma parada em São Caetano, também passou a operar no sentido Tamanduateí-Santo André. A medida praticamente dobrou de 17 para 33 o número de viagens realizadas nos picos da manhã e tarde.

Mas é impossível falar das Linhas 7-Rubi e 10-Turquesa sem falar de um dos mais ambiciosos e vitoriosos projetos da CPTM: o Serviço 710, que está completando um ano de existência. Os trens que atendem as linhas passaram a fazer viagens ininterruptas entre Jundiaí e Rio Grande da Serra, atendendo demandas antigas da população e beneficiando quem vive e trabalha no ABC Paulista e região norte da Região Metropolitana de São Paulo.

Durante toda a operação comercial (4h à meia-noite), todos os dias, incluindo finais de semana e feriados, o destino das duas linhas deixou de ser a Estação Brás, que, apesar da importância para a mobilidade dos passageiros de toda a Grande São Paulo, será apenas uma das 31 estações do percurso, que poderá ser realizado de ponta a ponta em aproximadamente 2 horas e 8 minutos. Além disso, os passageiros das duas linhas passaram a ter novas opções de integração com o Metrô – os passageiros da Linha 7-Rubi, por exemplo, passaram a ter acesso à Linha 2-Verde do Metrô a partir da Estação Tamanduateí, na Linha 10-Turquesa, sem a necessidade de uma das transferências.

Linha 11-Coral
A mais movimentada das cinco linhas da CPTM atravessa a zona leste de São Paulo e chega à Região do Alto Tietê, atendendo municípios como Mogi das Cruzes, Suzano e Ferraz de Vasconcelos. A Linha possui 50,5 quilômetros de extensão e teve sua construção iniciada em 1869. Em 1890 ela passou a fazer parte da Estrada de Ferro Central do Brasil.

Essa linha, também centenária, recebe constantemente investimentos nas estações e trens para a melhoria dos serviços. Em março, a CPTM deu início às obras de construção de quatro sanitários públicos (dois masculinos e dois femininos) na Estação Braz Cubas, sendo dois deles acessíveis, uma antiga demanda da população de Mogi das Cruzes. As obras de implantação dos sanitários comuns e acessíveis devem durar cerca de nove meses e, após a conclusão, todas as 59 estações da companhia terão sanitários disponíveis aos passageiros.

Vale destacar que, no início de abril, o Governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, autorizou a liberação de recursos para que a CPTM conduza e elabore o projeto de reforma da estação Mogi das Cruzes. Além das obras de modernização, o local receberá uma nova passarela, que servirá como solução para a passagem em nível, para benefício dos passageiros e moradores da região.

O mesmo modelo de projeto será adotado para as outras três estações do munícipio – Estudantes, Jundiapeba e Braz Cubas – com previsão de elaboração a partir de 2023.

Linha 12-Safira
A Linha da CPTM que liga a Estação Brás à Estação Calmon Viana, no município de Poá, tem 39 km de extensão e também fazia parte da Estrada de Ferro Central do Brasil, com construção iniciada em 1921. O trecho possui 13 estações que atravessam a zona leste de São Paulo e municípios do Alto Tietê.

Até meados de 2020, a Linha 12-Safira tinha um tempo de percurso de 63 minutos de ponta a ponta, resultado de interferências na via e locais com baixo limite de velocidade, o que impossibilitava que o tempo de viagem fosse menor. A partir de 2019 foram feitos vários estudos que mostravam que seria possível aumentar a velocidade em alguns trechos.

As correções foram feitas e a CPTM pôde reduzir o tempo de viagem em dez minutos – de 63 para 53 minutos – nos dois sentidos, e esta redução possibilitou ainda uma correção na tabela horária que permitiu alteração nos intervalos de pico entre os trens, passando de seis para cinco minutos e meio.

Linha 13-Jade
A linha da CPTM que liga Eng. Goulart, no bairro de Cangaíba, zona leste de São Paulo, ao município de Guarulhos e ao mais importante aeroporto brasileiro, foi a primeira projetada, construída e operada inteiramente pela companhia. Inaugurada em 2018, a “caçula” da CPTM possui 12,2 quilômetros de extensão.

Desde o início de abril, os trens da Linha 13-Jade passaram a circular com intervalos menores, resultando em um acréscimo de 40 viagens por dia entre as Estações Eng. Goulart e Aeroporto-Guarulhos, beneficiando mais de 10 mil passageiros todos os dias, em cada sentido.

A chega da linha à malha da CPTM também possibilitou a criação do Expresso Aeroporto, que liga a Estação da Luz à Estação Aeroporto-Guarulhos em cerca de 30 minutos. As partidas acontecem a cada hora e os trens param apenas na Estação Guarulhos-Cecap nos dois sentidos e no Brás, quando opera entre o Aeroporto e a Estação da Luz.

29/04/2022 – CPTM

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