Por Roberta Marchesi

Todos os dias milhões de brasileiros utilizam os sistemas metroferroviários para fazer os percursos casa-trabalho, ir estudar e também por motivo de lazer. Linhas, trens e estações precisam estar em pleno funcionamento para garantir os milhares de deslocamentos e, para isso, os sistemas contam com um time de ponta de mais de 40 mil profissionais. Ao longo do dia, eles estão presentes na operação, no atendimento e na administração. À noite, enquanto a cidade dorme, eles cuidam da manutenção das vias e das instalações. Uma atuação 24 horas para a garantia do transporte público, um serviço essencial para toda a população.

A tecnologia é forte aliada dessas equipes, já que o setor se mantém sempre atualizado e conta com equipamentos e sistemas de ponta. Trens, videovigilância, meios de pagamento de última geração, máquinas de via e os mais diversos softwares, são alguns de tantos componentes inovadores que fazem parte da operação metroferroviária.

Essas inovações se renovam frequentemente em todas as áreas da mobilidade e, para acompanhar essa evolução, os profissionais do setor também estão em constante aprimoramento. Cursos, treinamentos, palestras e incentivos ao desenvolvimento educacional fazem parte do escopo das empresas, que proporcionam atividades internas e externas para a qualificação de seus colaboradores. Intercâmbios tecnológicos, treinamentos disruptivos e acesso às melhores práticas são fortes aliados desse aperfeiçoamento e permitem um salto de qualidade na gestão e no desenvolvimento das equipes, visando a melhoria contínua na prestação dos serviços.

A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), entidade que congrega os operadores de sistemas metroferroviários de todo o Brasil, contribui e estimula esse desenvolvimento profissional através de parcerias com entidades e instituições de ensino, nacionais e internacionais. Esses convênios permitem a participação dos profissionais em cursos de especialização, treinamentos, missões internacionais, eventos, entre outras atividades, que visam ampliar o conhecimento das equipes e profissionais.

Incentivo à troca de experiências e à produção técnica também fazem parte do escopo desse trabalho conjunto realizado entre a entidade e os operadores dos sistemas. A disseminação de melhores práticas é feita nos encontros setoriais e através de grupos de trabalho, que, com a pandemia causada pela Covid-19, passaram a ser realizados no ambiente virtual, mas mantendo a qualidade desses importantes mecanismos de aperfeiçoamento.

A pandemia da Covid-19 impactou fortemente a sociedade e a economia mundial, exigindo adaptações que evidenciaram o quão importantes são os profissionais dos serviços essenciais, como os do transporte público. A redução da circulação das pessoas, como medida necessária para conter a pandemia, reduziu drasticamente a demanda de passageiros no transporte público, gerando a maior crise setorial já vivenciada pelo setor. Por outro lado, para garantir a mobilidade de quem precisava se deslocar, como os profissionais de saúde e segurança, os sistemas metroferroviários mantiverem a oferta de serviço e suas equipes tiveram que se reinventar, buscando não só atender aos novos protocolos de serviço, mas também aqueles de proteção à saúde.

O momento mostrou a resiliência do setor e dos seus profissionais, que rapidamente se adequaram e buscaram inovações para atender à nova realidade. Visando os cuidados com as equipes da linha de frente de atuação e dos passageiros, os operadores realizaram treinamentos com os grupos de atendimento e forneceram equipamentos de proteção individual. A tecnologia também se fez muito presente neste momento, com o uso de novos equipamentos e nova geração de produtos sanitizantes para combater o vírus.

Mesmo diante dessa grande crise setorial, que se arrasta por quase dois anos, os profissionais do setor não mediram esforços para manter o serviço e o atendimento à população. Esse empenho foi comprovado por um índice nacional de menos de 3% de redução de pessoal durante o período de pandemia e nenhuma interrupção da prestação dos serviços.

A capacitação, o acesso às inovações, os cuidados com a saúde, entre tantas outras medidas adotadas pelo setor visam o bem-estar desses profissionais, permitem as conexões entre as cidades e as pessoas de maneira rápida, eficiente e segura. Temos muito orgulho dos nossos profissionais! Eles são a parte mais importante da mobilidade urbana!

* Roberta Marchesi é Diretora Executiva da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), graduada e Mestre em Economia, com pós-graduações nas áreas de Planejamento, Orçamento, Gestão, Mobilidade e Logística e certificação internacional em Gestão de Transportes Ferroviários e Metroferroviários.

Artigo publicado na 3ª edição do Relatório Profissional Metroferroviário.