Secretários de Estado e presidente de operadoras apresentam projetos e investimentos no Painel ANPTrilhos na NT Expo

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Secretários de Estado e presidentes de operadoras metroferroviárias participaram nesta 3ª feira (08/11) do Painel ANPTrilhos, que abriu os debates da  19ª Negócios nos Trilhos, em São Paulo. O Painel abordou a perspectiva do desenvolvimento da rede de transporte de passageiros sobre trilhos para os próximos anos, a visão dos operadores sobre o cenário político econômico e as oportunidades de investimentos.

O primeiro painel contou com a participação de José Roberto Generoso, secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades; Paulo Menezes Figueiredo, diretor-presidente do Metrô de São Paulo, que representou o Secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni; Rodrigo Goulart de Oliveira Vieira, secretário de Estado de Transportes do Rio de Janeiro; Carlos Martins, secretário de Desenvolvimento Urbano do Governo da Bahia; e João Gouveia, diretor executivo da ANPTrilhos e diretor de operações da SuperVia, que fez a moderação do debate.

O diretor-presidente do Metrô de São Paulo, Paulo Menezes Figueiredo, apresentou as obras em andamento de São Paulo. Figueiredo destacou a evolução dos projetos na capital paulista. “Houve uma adaptação no plano diretor, com a priorização de alguns projetos. Temos uma verba de investimento de cerca de R$ 8 bilhões, dos quais R$ 5,4 bilhões estão realizados, com quatro novas linhas e três extensões”, explicou o presidente do Metrô. Ele também falou sobre a necessidade de aperfeiçoamento do atual modelo de Parcerias Público-Privadas e destacou que “a questão regulatória é um ponto importante para o setor”.

O secretário de Estado de Transportes do Rio de Janeiro, Rodrigo Vieira, também apresentou os investimentos do Rio de Janeiro e disse que o transporte sobre trilhos conquistou os visitantes e moradores do Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos, tornando-se um dos principais meios de transporte para os jogos.  “É hora de trocarmos experiências, discutir e desenvolver conjuntamente soluções para os desafios que o Brasil inteiro atravessa. Rio, São Paulo e Bahia são três Estados que tem um papel importante no transporte sobre trilhos e tem que continuar avançando. Os planos do Rio na área de projetos são ambiciosos, São Paulo tem uma matriz maior, mas também quer desenvolver e está enfrentando as mesmas questões de orçamento que nós estamos enfrentando; e Salvador, Bahia, está fazendo um hump pap partindo de 15 para 50 quilômetros com um plano arrojado. Vale a pena acompanhar esses desafios e as soluções que estão sendo propostas para esses estados e tentar repercutir isso pelo Brasil”, destacou o secretario do Rio de Janeiro.

Já o secretário de Desenvolvimento Urbano do Governo da Bahia, Carlos Martins, enfatizou o desafio do Estado em colocar o metrô em operação após anos de obras paralisadas. Martins destacou que o Metrô de Salvador se tornou um exemplo e que no próximo mês o governo deve iniciar a consulta pública para a remodelação do trem de subúrbio de Salvador para um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).   “A modelagem de PPP funciona muito bem hoje e a Bahia é um exemplo. Até 2030, a ideia é chegarmos a 130 km de trilhos”, declarou o secretário.

O secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, José Roberto Generoso, apresentou um panorama do setor e disse que é preciso investir em transporte sobre trilhos. Generoso explicou que o Ministério das Cidades apoia os investimentos nos sistemas de trilhos por duas fontes de recursos, o Orçamento da União (OGU) e através do Financiamento com juros subsidiados (FIN).  “Os três pontos principais das nossas propostas são revisar carteira de investimentos em projetos com apoio do Governo Federal; aumentar a qualidade de estudos e projetos; e trazer a participação do setor privado”, explicou Generoso.

Já o diretor executivo da ANPTrilhos, João Gouveia, comentou que o transporte sobre trilhos tem papel fundamental na estruturação da mobilidade urbana, “com enormes benefícios para o país”.

O segundo debate do Painel foi sobre a visão dos operadores sobre o cenário político econômico e as oportunidades de investimentos. A moderação do debate foi feita pelo presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores, e contou com a participação de José Carlos Prober, presidente da SuperVia; Harald Peter Zwetkoff, presidente da ViaQuatro; Marcelo Dourado, diretor-presidente do Metrô-DF; e Paulo Menezes Figueiredo, diretor-presidente do Metrô de São Paulo.

“Temos o propósito de discutir a ampliação do modal em áreas nos quais o metrô tem mais perspectiva de se desenvolver. Sabemos que este é um momento de desafios, mas temos desenhar os projetos com regras claras para quando o dinheiro aparecer”, destacou o presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores.

O presidente da SuperVia, José Carlos Prober, aproveitou sua apresentação sobre a empresa para anunciar o projeto de revitalização da estação Central do Brasil, localizada no centro da capital carioca. O objetivo do projeto é implantar uma infraestrutura moderna e completa no entorno da principal estação da Cidade, que terá, entre outras melhorias, um shopping center (com aproximadamente 36 mil metros quadrados) e um hotel três estrelas. “Iniciaremos as construções em 2018 e pretendemos inaugurar em 2020. Para isso, estamos investindo R$ 300 milhões”, explicou Prober.

Para o presidente do Metrô de São Paulo, Paulo Menezes Figueiredo, o investimento da iniciativa privada em importantes estações é uma alternativa que deve ser considerada. “A construção de centros comerciais nas estações de metrôs e trens urbanos é o caminho, isso traz mais atratividade às instalações, aumenta o fluxo de passageiros e, consequentemente, a renda de todos os envolvidos. Em São Paulo, temos bons exemplos que trazem ótimos resultados, como o Shopping Metrô Tatuapé”, completa.

Já o presidente da ViaQuatro, Harald Peter Zwetkoff, destacou que os desafios do setor metroferroviário são permanentes, os custos cada vez maiores e a tarifa. “O que precisamos é a coerência entre os recursos e os investimentos para aumentar a eficiência do sistema, a capilaridade desse sistema com uma malha inteligente, que acabe com a competição entre os modais e aproveite a capacidade de cada um deles. o ônibus não pode rodar meia carga e a integração é um desafio a ser superado”, explicou o executivo da ViaQuatro.

O presidente do Metrô de Brasília, Marcelo Dourado, apresentou um vídeo institucional sobre inclusão, mostrando um garoto deficiente que teve a oportunidade de conhecer a operação do Metrô-DF. Dourado também destacou a necessidade de investimentos no setor e lembrou que a burocracia muitas vezes impede o desenvolvimento.