Estado descarta encurtar VLT e estuda PPP para concluir obra

Sem condições econômicas e financeiras para assumir a conclusão das obras do Veículo Leve sobre Trilhos – VLT, que fazia parte da Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo de 2014, que teve apenas parte das obras executadas, o governo do Estado já sinaliza, após receber a primeira etapa da consultoria realizada pela KPMG de que uma Parceira Público Privada – PPP, deve ser a solução para a retomada e conclusão dos dois ramais que somam 23 km. Mesmo sem admitir, durante a suspensão das obras e a posse do governo Pedro Taques, foi articulada a possibilidade do próprio Consórcio VLT Cuiabá/Várzea Grande, que é responsável pela obra e é composto pelas empreiteiras lideradas pela CR Almeida, Santa Bárbara, CAF, Magna e Astep, assumir não apenas a conclusão como também a exploração do modal.

Mesmo que as obras sejam concluídas via PPP, ainda restaria ao governo do Estado e às prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande o custo para subsidiar a tarifa que somente será conhecida com a terceira etapa da consultoria da KPMG, que tem previsão de ser encerrada no final do mês de março próximo. Alegando respeitar a demanda da Justiça Federal, o secretário de Cidades, Eduardo Chiletto, sinalizou que a primeira etapa da consultoria mostrou qual o valor necessário para o Consórcio VLT concluir as obras dos 23 km mais as estações, mas somente o próprio governador Pedro Taques deverá divulgar todas as três etapas da consultoria da KPMG contratada por R$ 3,8 milhões.

A segunda etapa da consultoria trará o custo para operacionalização do VLT que, por estar entre os mais modernos do mundo, demandará treinamento específico além da questão de manutenção e conservação de trilhos, fibras óticas, vagões e material rodante. Eduardo Chilleto descartou, por exemplo, a possibilidade de redução de um dos dois trechos do VLT que é dividido entre o CPA e o Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, no primeiro trecho, e do Tijucal até a Avenida da Prainha, no segundo trecho.

Segundo o titular da Secid, a retirada de um dos trechos tornaria mais onerosa a operação do outro trecho, citando que o trecho entre o Tijucal no Grande Coxipó até o centro de Cuiabá é o mais importante por causa do volume de pessoas que se utilizam do sistema público de transporte de massa. Prazos para conclusão das obras e custo em definitivo ainda dependerão de outros estudos, pois o próprio contrato estabelece as correções de valores de ano para ano com a incidência da inflação que disparou em 2015 superando os 10,6%, cálculos que estão sendo projetados, mas que precisarão de novas correções diante da necessidade de mais de dois anos para retomada e conclusão das obras.

20/01/2016 – Folha Max – Cuiabá/MT