Cidade vai ganhar parque linear com 18 km de ciclovia

A realização do projeto do Metrô de Salvador trará benefício não apenas para as pessoas que vão utilizar o transporte coletivo, mas para toda a cidade e seus cerca de 3 milhões de habitantes.
Para os usuários do metrô, a melhoria é óbvia: um transporte mais confortável (com trens modernos e ar-condicionado) e mais rápido. O trajeto entre as estações Lapa e Pirajá (12 km) é feito em 18 minutos. De carro ou ônibus é imprevisível, diante do tráfego e da possibilidade de acidentes.

“Em metrópoles adensadas como Salvador, o transporte sobre trilhos é a melhor solução. Transporta mais pessoas por viagem e, por ser segregado, não sofre os efeitos de acidentes e do excesso de veículos”, afirma Roberta Marchesi, superintendente da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos).

Segundo ela, uma única linha de metrô tem capacidade de transportar 60 mil passageiros por sentido por hora, enquanto numa linha de ônibus são 6.000.

Para os não usuários, há os benefícios indiretos. O número de carros e ônibus nas ruas diminui, o que alivia o trânsito, e, ao mesmo tempo, reduz a emissão de poluentes. O metrô, por ser movido a eletricidade, não polui. Além disso, menos carros nas ruas significam menos acidentes. A maioria das estações contará com bicicletários, uma forma de incentivar esse outro meio de transporte mais saudável e menos poluente.

Há outros efeitos na qualidade de vida das pessoas. Com a construção do metrô na Avenida Paralela (linha 2), uma das mais movimentadas de Salvador, a cidade ganhará um parque linear de 18 km de canteiro central.

Parte do canteiro será usada para a linha do metrô. No restante, haverá ciclovia e pista de corrida. “O canteiro da Avenida Paralela tem, em média, 60 metros de largura. As linhas do metrô ocuparão 17 metros. Onde houver estação, a faixa ocupada será de 30 metros. Mesmo assim, sobra bastante espaço para a instalação desse parque linear”, afirma Eduardo Copello, presidente da CTB (Companhia de Transportes do Estado da Bahia).

O trânsito na avenida também muda com a construção de mais três viadutos onde existiam retornos e eliminação dos semáforos. “A Paralela será de fato uma via expressa”, afirma Copello.

Serão construídas ainda mais oito passarelas para pedestres, junto às estações do metrô.

A Paralela será toda reurbanizada e ganhará mais verde. Para cada árvore cortada para a execução das obras, serão plantadas outras cinco. Algumas espécies originais serão transplantadas e a avenida ficará com 6.700 árvores, três vezes mais do que o existente anteriormente às obras.

Ainda na questão ambiental, a CCR Metrô Bahia plantou cerca de 500 coqueiros nas praias de Piatã, Pituba, Barra, Jardim de Alah e Itapuã dentro o projeto municipal da nova orla da cidade. A empresa também doou 890 mudas de espécies nativas para o Horto Municipal de Salvador.

14/01/2015 – Folha de S.Paulo