Linha 22 do Metrô que ligaria São Paulo a Cotia não sai do papel

Mapa metroferroviário da RMSP com projeção de futuras linhas. A linha 22 destacada no lado esquerdo (CPTM/Metrô 2015)
Mapa metroferroviário da RMSP com projeção de futuras linhas. A linha 22 destacada no lado esquerdo (CPTM/Metrô 2015)

Em setembro de 2013, a equipe técnica do Metrô de São Paulo se reuniu pela primeira vez com a prefeitura de Cotia, município da região metropolitana, para discutir uma alternativa ao trânsito caótico da rodovia Raposo Tavares (SP-270). Na ocasião, a equipe do consórcio formado pelas empresas Planserv, Oficina e Egis/Veja iria desenvolver o projeto de uma linha de monotrilho neste trecho, onde estavam previstas 16 estações. O projeto básico deveria estar pronto seis meses depois, ou seja, em março de 2014.

A rodovia Raposo Tavares atravessa diversos perímetros urbanos e é uma das mais importantes ligações da capital com os municípios da região oeste metropolitana, de onde partem diariamente mais de 180 mil veículos. Mesmo com grande fluxo pendular, a rodovia não conta com corredores de ônibus ou linhas de alta capacidade (trens ou metrôs) que sirvam de alternativa, e os usuários convivem diariamente com congestionamentos e acidentes. Moradores de Granja Viana, Cotia, Caucaia e Vargem Grande, por exemplo, não possuem outra alternativa direta para chegar à capital, e dependem exclusivamente desta via.

Segundo informações da assessoria de imprensa do metrô, a Linha 22 prevê a ligação da região da avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste da capital, ao município de Cotia, passando pela região do Butantã e seguindo pelo eixo da Raposo Tavares. A diretriz preliminar indica que a linha terá cerca de 25 km de extensão e 20 estações, com demanda de 544 mil pessoa por dia. A inserção dessa linha, bem como a localização das estações, acessos, integrações com outras linhas, redes de ônibus e outros modais, estudos de carregamento e demanda no entanto só serão detalhados ao longo dos projetos funcionais que estão em desenvolvimento e deverão ser concluídos apenas em 2016.

Outras linhas em São Paulo

A linha 4-Amarela do metrô é a primeira no Brasil operada por uma Parceria Público-Privada (PPP). Ela liga a estação Luz ao Butantã, passando pelas estações República, Paulista, Fradique Coutinho, Faria Lima e Pinheiros. As obras foram iniciadas em 2004 e seu primeiro trecho foi inaugurado em 2010, três anos após uma cratera se abrir na construção da estação Pinheiros, matando 7 pessoas. Anteriormente, na escavação da estação Oscar Freire, um operário já havia falecido nas obras desta mesma linha. Em 2010 a previsão era de que o trajeto até a Vila Sônia estivesse pronto em 2014, que as estações Oscar Freire e Higienópolis fossem inauguradas em 2016, mesmo ano que a linha chegaria ao Taboão. Hoje estima-se que a estação Vila Sônia venha a operar apenas em 2018 e não se fala mais da ligação com Taboão.

Na ligação da capital ao Aeroporto Internacional de Guarulhos está planejada a construção da Linha 13-Jade, com 12,2 km de extensão e três estações: Aeroporto-Guarulhos, Guarulhos-Cecap (novas) e Engenheiro Goulart (em reconstrução). Nesta estação haverá integração com a Linha 12-Safira (Brás-Calmon Viana), da CPTM, na capital paulista. A demanda projetada indica que a nova linha deverá atender cerca 120 mil passageiros/dia em sua fase inicial e alcançar 200 mil passageiros por dia útil em 2020. O metrô ainda não tem previsão de quando estará operando.

As obras da Linha 15-Prata foram iniciadas em novembro de 2009 e hoje apenas um trecho de 2,9 km, entre Vila Prudente e Oratório, está em funcionamento. Foi inaugurado em 2014, cinco anos após o começo das obras. O segundo trecho, Oratório-São Mateus, com extensão de 10,1 km, teve as obras iniciadas em junho de 2012 e, se não houver novos atrasos, deverá ser inaugurado em 2017. O trecho São Mateus-Hospital Cidade Tiradentes terá 11,5 km de extensão e ainda está em fase de desapropriações. Por fim, o trecho Ipiranga-Vila Prudente, de 2,1 km, ainda está em fase de projeto.

Com 17,7 km de extensão e utilizando o sistema de monotrilho, a Linha 17-Ouro do metrô ligará a estação Jabaquara (linha 1-Azul) à estação São Paulo/Morumbi (linha 4-Amarela), passando pelo Aeroporto de Congonhas. A licença ambiental foi cedida em março de 2012 e as obras se iniciaram em abril daquele ano. O início de suas operações foi prometido inicialmente para 2013, como uma das obras para a Copa do Mundo. Posteriormente o prazo foi adiado sucessivamente para 2014 e 2016, mas agora especula-se que estará pronta apenas em 2017 ou 2018, ou seja, cinco ou seis anos após o início das obras.

A Linha 19-Celeste ligará a estação Campo Belo (linha 5-Lilás) ao município de Guarulhos, estendendo-se por cerca de 26 km, tendo integração com as linhas 2-Verde, 3-Vermelha, 5 -Lilás, 6-Laranja, entre outras linhas, inclusive da CPTM. A previsão é de que a linha atenda a 1,3 milhão de passageiros por dia. O projeto ainda está em sua diretriz preliminar, ou seja, não há prazo estimado sequer para o início das obras.

17/11/2015  – Mobilize – São Paulo/SP