Agente de segurança do metrô de Salvador é campeão mundial de Karatê-Dô Tradicional e promove a inclusão através do esporte

Transformar vidas e promover a inclusão através do esporte. Essa é a missão do Agente de Atendimento e Segurança (AAS) do metrô, Állan Oliveira. Ele se divide entre a atividade no sistema metroviário, a paixão pelo esporte e o trabalho com crianças e adolescentes, inclusive as que tem necessidades especiais, do Engenho Velho de Brotas. É através do karatê-dô tradicional que ele viabiliza o acesso de jovens de sua comunidade ao esporte e à cultura, promovendo a inclusão social. Uma magia feita através da mistura dos golpes, técnicas e da disciplina que a arte-marcial exige.

O karatê entrou na vida de Állan quando ele tinha 3 anos, época que começou a treinar com o pai. Hoje, com 24 anos, ele já contabiliza participação em diversos campeonatos locais, regionais e nacionais. O esportista também já representou o Brasil em mundiais e reúne títulos como Campeão do XX Campeonato Mundial de Karatê-Dô Tradicional (2019), Melhor Atleta do Esporte da Bahia (2012) e Melhor Atleta na categoria (2005), além de ser considerado Atleta Destaque em algumas disputas. Em todas as competições, o esportista que é graduado na faixa preta, sempre esteve no pódio. Agora, ele se prepara para concorrer ao título de Melhor Atleta Baiano, em março.

Trabalhar a disciplina, o desenvolvimento pessoal, a autoestima, a flexibilidade e a defesa pessoal são alguns dos benefícios do karatê. Valores e competências que são adquiridos com a prática do esporte, ao longo do tempo. O agente do metrô que atua há mais de um ano no Terminal Rodoviária, trouxe consigo os conceitos do esporte para a sua atividade diária. “O esporte para mim não é só competição, tem algo muito além como os lemas de vida que devemos seguir. Respeito, formação de caráter, disciplina e todos os outros lemas do karatê são a base da minha vida e essenciais na minha atividade no metrô. O esporte também me deixa preparado para a atuação no dia a dia e para os exames que faço periodicamente como o Teste de Aptidão Física (TAF) e o Treinamento de Técnicas de Imobilização (TTI)”, destaca.

À noite, logo depois do trabalho, o destino de Állan sempre é a academia. Ele dá aulas para crianças, inclusive com necessidades especiais como autismo. Os encontros acontecem de segunda a quinta-feira, às 18h30, na Academia Naika. Atualmente, mais de 50 crianças e adolescentes participam das atividades. “A doçura e a inteligência das crianças são essenciais para a minha evolução no esporte. Com isso, aprendo a controlar o golpe, ser mais certeiro, ligeiro, com todo aquele cuidado que temos de ter com as crianças. Elas são minha inspiração em todos os momentos, seja nos treinamentos, na competição ou lá no pódio”, finaliza.

19/02/2020 – CCR Metrô Bahia