Após mais de três anos, a CCR Metrô Bahia concluiu as obras da Linha 2 com a entrada em operação da estação Aeroporto, cuja inauguração ocorre amanhã. Com isso, a concessionária finaliza um investimento de R$ 5,6 bilhões desde que arrematou a exploração do ativo, em 2013.

O metrô baiano passa a ser o terceiro em extensão de rede no país, com 33 quilômetros, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. Mas já há previsão de expansão.

Com pouco mais de 9 mil metros quadrados, a Aeroporto é a última estação da Linha 2. Apesar do nome, não desembocará dentro do aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães. “Chega dentro do ‘sítio’ do aeroporto, mas a ligação da estação com o terminal vai ser feita com o traslado de ônibus”, explicou Leonardo Vianna, presidente da área de mobilidade urbana da CCR.

A estação Aeroporto será integrada ao Terminal de Shuttle, dedicado a ônibus exclusivos para o traslado dos passageiros até o aeroporto, num trajeto de 2,5 quilômetros na ida e de 1,5 quilômetro na volta. A empresa comprou seis ônibus para atender esse fluxo. A frota de veículos terá capacidade para realizar 234 viagens por dia, com intervalo máximo de dez minutos.

O serviço será oferecido mediante validação de passagem com o uso de qualquer um dos cartões de integração (CCR Metrô Bahia, Metropasse ou SalvadorCARD).

Em evento na semana passada que marcou o início das obras de modernização do aeroporto de Salvador (arrematado em 2017 pela francesa Vinci Airports), o governador da Bahia, Rui Costa (PT), lamentou a falta de uma conexão direta entre o metrô e o aeroporto, de forma que o passageiro não tivesse de pegar ônibus para realizar o trajeto entre os dois pontos.

“Sinto muito não ter conseguido diálogo. Desde 2013 tentamos junto à Infraero uma integração maior”, disse. Antes de ser governador, Costa foi secretário da Casa Civil da Bahia no governo de Jaques Wagner (PT).

A CCR Metrô Bahia é responsável pela operação de toda a rede do metrô baiano, composta por duas linhas que se cruzam. Hoje, são realizadas 824 viagens diariamente, sendo 412 em cada linha.

Quando a CCR venceu a licitação do governo do Estado da Bahia, a Linha 1 tinha metade da extensão concluída. A concessionária completou o traçado e revitalizou as estações. Hoje, são 11,7 quilômetros e oito estações, com início na estação Lapa e fim na Pirajá.

Já a Linha 2 foi construída do zero. São 21,2 quilômetros e 12 estações. O traçado começa na estação Acesso Norte – uma intersecção com a Linha 1 – e termina na Aeroporto.

A obra atrasou mais de um ano por causa das liberações de licenças e de alvarás. “Tem sempre um problema sério que são as licenças”, afirmou Vianna.

O plano é expandir as duas linhas com mais dois trechos, totalizando 42 quilômetros. A extensão da Linha 1 será da estação Pirajá até Cajazeiras/Águas Claras e contempla três quilômetros adicionais. O governo da Bahia vai licitar a realização da obra e depois a concessionária vai operar.

A estimativa é de que a licitação para a expansão do empreendimento ocorra ainda neste semestre e que as obras levem até dois anos para serem concluídas.

Já para a Linha 2 existe uma extensão prevista até o município de Lauro de Freitas. Neste caso, a ampliação só vai acontecer mediante gatilho de demanda, quando a estação Aeroporto atingir 6 mil passageiros na hora pico durante seis meses consecutivos.

Ambas as extensões estão previstas no contrato de concessão, mas vão exigir investimentos adicionais, a serem reequilibrados via aditivo contratual.

O grupo CCR venceu em outubro de 2013 a licitação de Parceria Público-Privada (PPP) na modalidade concessão patrocinada para realizar os investimentos em obras civis, implantar os sistemas, comprar o material rodante e manter a infraestrutura metroviária por 30 anos.

Os R$ 5,6 bilhões de investimentos recém-concluídos são provenientes de empréstimos privados contraídos pela CCR, recursos do Estado e da União.

25/04/2018 – Valor Econômico