Pauta foi discutida em reunião nesta terça (23/02), em Brasília, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas

O governador Romeu Zema (Novo) esteve em Brasília, nesta terça-feira (23/02), em uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG),o senador Carlos Viana (PSD-MG), o governador do Espírito Santo, José Renato Casagrande (PSB), e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. A pauta foi centrada em cobrar investimentos na malha ferroviária, incluindo verba para o metrô de BH, na renovação do contrato de concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).

Em entrevista para o Estado de Minas, Carlos Viana destacou que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa que administra o metrô de Belo Horizonte, deve se tornar independente. “A empresa vai ser separada da CBTU nacional e deve receber um aporte do governo federal de R$ 1,2 bilhão, além de parte dos recursos da Vale, que o governo estadual vai receber”, explicou. “A expectativa é de que a CBTU seja colocada em leilão no final do ano”, ressaltou.

Além disso, o senador revelou que o terreno onde funciona o Aeroporto Carlos Prates, na Região Noroeste de Belo Horizonte, poderá ser incluído nas negociações de ampliação do metrô. A proposta é de incluir áreas públicas da União como contrapartida na oferta de concessão do metrô à iniciativa privada, entre elas o aeroporto, que será desativado em dezembro deste ano.

Malha ferroviária

Outro ponto discutido é a respeito do acordo entre o governo federal e a FCA para investir em ferrovias. A FCA é concedida à empresa VLI e que tem um de seus trechos ligando Goiás a Minas Gerais junto à Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). Elas formam o corredor Centro-Leste, que é a principal ligação ferroviária no centro do país. A ferrovia liga Goiás diretamente aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. A conexão com o Espírito Santo é feita pela EFVM, sob concessão da Vale.

O acordo firmado, prevê o comprometimento da FCA de pagar R$ 1,2 bilhão em 60 parcelas, atualizadas pelo IPCA, que deveria começar a partir de 31 de janeiro deste ano. Nos três primeiros anos, as mensalidades a serem quitadas custarão R$ 26,7 milhões. Nos dois últimos anos, o valor das parcelas está estipulado em R$ 10 milhões mensais.

Os recursos serão aplicados em estudos, obras, recuperação, desenvolvimento ou implantação de infraestrutura ligada ao aperfeiçoamento da política de transportes, no âmbito do setor ferroviário, inclusive mobilidade urbana.

Minas e Espírito Santo têm defendido investimentos no trecho da Serra do Tigre para que os dois estados sejam incluídos na malha ferroviária nacional.

Segundo Viana, a divisão dos investimentos na malha ferroviária é injusta. “Nós não estamos satisfeitos com a forma com que os investimentos estão sendo distribuídos. São Paulo tem a menor parte da malha e está ficando com 37% dos investimentos”, explicou.

“O ministro Tarcísio Gomes disse que não tem como fazer investimento na Serra do Tigre porque a rodovia tem uma ociosidade, tendo capacidade para oito trens diários e estão circulando apenas com quatro”, disse o senador.

Garantia de investimentos
Há , porém, em estudo uma alternativa para garantir investimentos e escoamento da produção no estado. “Já que não vai fazer o investimento em linha férrea, que precisamos de mais cargas, então o ministério precisa nos apoiar com o asfaltamento das nossas estradas para escoamento da produção”, ressaltou o senador.

“Precisamos da criação de um projeto para um ramal ferroviário ligando Pirapora até Unaí, que permitiria o escoamento de toda produção de grãos e fortaleceria a ferrovia”, completou.

Segundo o parlamentar, o ministro concordou com o planejamento e foi criado um grupo de trabalho para analisar os investimentos de contrapartida que Minas Gerais pode receber.

23/02/2021 – Estado de Minas