Com queda de 35,6%, o segmento de serviços prestados às famílias foi o principal impacto negativo no resultado em 2020, de acordo com o IBGE

Com impacto do isolamento social provocado pela pandemia, o volume de serviços prestados no país teve queda de 7,8% em 2020, a maior da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), iniciada em 2012. Até então, a queda de 5% em 2016 era o pior desempenho da série.

Os números divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em dezembro, o volume de serviços recuou 0,2% frente a novembro, interrompendo uma sequência de seis altas positivas nesta comparação.

O IBGE classificou a variação como estabilidade. Na comparação com dezembro de 2019, o indicador tem queda de 3,3%. O número é a décima taxa negativa seguida na comparação anual do indicador.

Quatro das cinco atividades acompanhas pela pesquisa tiveram retração em 2020. A única exceção foi serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC), com alta de 0,7%. Ao todo, apenas 28,9% dos 166 tipos de serviços investigados avançaram no ano passado.

Entre os setores, os serviços prestados às famílias (-35,6%) exerceram a influência negativa mais relevante, pressionados, especialmente, pela queda nas receitas de restaurantes; hotéis; e de catering, bufê e outros serviços de comida preparada; e de atividades de condicionamento físico. Esse setor ainda retoma lentamente suas atividades, em função dos efeitos da pandemia.

Com queda de 35,6%, o segmento de serviços prestados às famílias foi o principal impacto negativo no resultado em 2020. Em seguida, vieram os serviços profissionais, administrativos e complementares (-11,4%) e de transportes e serviços auxiliares aos transportes e correio (-7,7%). Na comparação de dezembro com novembro de 2020, duas das cinco atividades investigadas tiveram queda: os serviços prestados às famílias (-3,6%) e os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,7%).

O IBGE informou ainda que a receita nominal caiu 7,1% em 2020, frente a 2019. Na passagem entre novembro e dezembro, a receita nominal avançou 0,7%. Na comparação com dezembro de 2019, a receita de serviços teve queda de 2,3%.

Este é o 12º mês seguido de recuo no resultado acumulado em 12 meses. A trajetória negativa começou em janeiro de 2020, meses antes do início da pandemia no país.

Em 2020, todas as 12 unidades da federação investigadas registraram taxas negativas, com destaque para São Paulo (-40,0%), Rio de Janeiro (-30,9%), Minas Gerais (-35,2%), Bahia (-37,2%) e Rio Grande do Sul (-43,3%).

O IBGE revisou, ainda, a taxa de variação no volume de serviços divulgada anteriormente para o mês de novembro ante outubro. Nessa comparação, a variação no volume de serviços em novembro passou de alta de 2,6% para 2,4%.

11/02/2021 – Valor Econômico

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