Espaço, a ser instalado em área próxima à Estação Capão Redondo, da Linha 5-Lilás de metrô, será também ponto de referência para atividades culturais da região
A ViaMobilidade, concessionária responsável pela operação e manutenção da Linha 5-Lilás, lançou dia 14/10 o projeto Breaking no Capão. A iniciativa, inédita, consiste na instalação do primeiro Centro de Treinamento e Convivência do Brasil voltado à formação de uma equipe olímpica de Breaking, modalidade que estreia nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.
O centro funcionará no entorno da Estação Capão Redondo, da Linha 5-Lilás, em uma área com cerca de 3.120 m², de responsabilidade da ViaMobilidade, hoje desocupada. O trabalho a ser realizado com os atletas conta com o apoio da Federação de Breaking do Estado de São Paulo (FBSP) e será desenvolvido em parceria com o Instituto Cultural Vitor Orsolon, empresa de gestão cultural e esportiva com experiência focada em hip-hop, um movimento amplo que inclui diversas manifestações artísticas, entre elas o breaking.
Os b-boys e b-girls, como são chamados os praticantes do breaking, serão treinados visando à formação de uma equipe de alta performance para competir no Campeonato Brasileiro, eliminatórias para a Olimpíada. A previsão é que o Centro de Treinamento, que será constituído em módulos, com um conceito sustentável, seja entregue em seis meses.
O vice-governador, Rodrigo Garcia, assinou no local o termo de cessão de uso da área em que será instalado o Centro de Treinamento. Para Garcia, “o espaço será fundamental para estimular a cultura do breaking, revelando novos adeptos do esporte no estado e no país”.
“A ViaMobilidade está indo além de cuidar do transporte público. Está contribuindo para oferecer atividades culturais e esportivas, a exemplo do breaking, que vai gerar 50 empregos, além de preparar uma equipe para a disputar Olímpíada”, disse o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy.
Para o presidente da ViaMobilidade, Francisco Pierrini, o projeto Breaking no Capão demonstra o compromisso da concessionária com o desenvolvimento das pessoas e do entorno onde está inserida, como uma empresa de mobilidade humana. “Saio deste lançamento muito feliz como cidadão por entender que estamos fazendo a diferença na vida das pessoas, indo além do que oferecer um modal de transporte público eficiente”, disse.
Igor Orsolon, presidente do Instituto Vitor Orsolon, acredita que o evento é uma etapa de um projeto que já tem uma história longa e que encontrou agora parceiros que entenderam a seriedade da proposta “Temos uma grande trajetória pela frente.”
Kethelyn Cristine Santos de Jesus, 12 anos, a Keké, vê o Centro de Treinamento e Convivência como um sinal de que o breaking pode ser um caminho para sua vida. “Eu comecei a dançar com 8 anos, sem entender nada, e agora eu vejo como o breaking cresceu. Eu quero continuar como atleta do breaking, por isso esse centro é tão importante”, disse. Keké se apresentou junto com Jheferson Ray Tavares Oliveira, de 13 anos, o Jef Ray, que já tem título internacional, além de outros atletas.
Além de acesso ao esporte de alta performance, o local estará aberto à comunidade da região do Capão Redondo para outras atividades culturais e cursos focados em hip-hop, grafite, fotografia, vídeo e DJ. A proposta busca empoderar essas expressões culturais como manifestações artísticas, alinhadas com o reconhecimento que o breaking ganha ao se tornar um esporte olímpico. A iniciativa também conta com apoio da Everlast Energy Drink, empresa do ramo esportivo.
Sobre o Breaking:
No bairro do Capão Redondo, extremo sul de São Paulo, o Breaking e o hip-hop são manifestações culturais muito presentes, assim como em praticamente todas as áreas mais periféricas da cidade. Inspirado pelo movimento que veio dos EUA no início dos anos 1980, os dançarinos de Breaking em São Paulo começaram a se reunir na Rua 24 de Maio, no centro. Depois ficaram por muitos anos na Estação São Bento do Metrô. De lá para cá, a cena mudou muito e hoje o Breaking está descentralizado, com grupos em várias áreas da cidade.
A complexidade do movimento é tema de diversos estudos acadêmicos. Para a FBSP, a decisão de incluir a modalidade nos Jogos Olímpicos faz parte de uma estratégia de se comunicar com jovens urbanos.
20/10/2021 – ViaMobilidade