Trensurb anuncia migração ao mercado livre de energia

Iniciativa reduz custos operacionais e garante o uso de energia limpa e renovável.

26/04/2024 – Trenurb

Durante evento comemorativo aos 44 anos de fundação da Trensurb, realizado na quinta-feira (25), na sede da estatal, a Direção da empresa anunciou a migração para o ambiente de contratação livre de energia elétrica. A medida reflete a busca da Trensurb pela sustentabilidade ambiental, uma vez que garante a aquisição de energia de fontes renováveis, e econômica, gerando redução dos gastos com um dos principais insumos para o funcionamento do metrô. “A Trensurb, ao comemorar sua fundação, celebra as conquistas do passado e lança um olhar otimista para um futuro, tendo como marco a migração para o mercado livre de energia, que reduz custos operacionais e garante o uso de energia limpa e renovável”, aponta o diretor-presidente, Fernando Marroni.

Existem dois ambientes de contratação de energia elétrica no país: no regulado, o consumidor adquire a energia da distribuidora a cuja rede esteja conectado, conforme tarifa regulamentada na qual estão inclusos os custos da transmissão e distribuição; no ambiente livre, o consumidor pode estabelecer contrato bilateral de compra de energia de qualquer fornecedor, conforme regulamentação específica, negociando livremente a tarifa, enquanto a distribuição é contratada separadamente.

Após estudos realizados por empresa de consultoria de energia, contratados em 2019, a Trensurb deu início ao processo de migração do mercado regulado ao ambiente livre para a energia usada na tração das composições do metrô. As vantagens dessa modalidade incluem: economia financeira, com negociação de preços mais vantajosos; previsibilidade orçamentária, com valores, reajustes e prazos estabelecidos contratualmente; valores sem diferenciação em horários de ponta e fora de ponta e sem influência do sistema de bandeiras tarifárias. Além disso, a Trensurb optou pela contratação de energia de fonte incentivada, proveniente de recursos renováveis, como aquela gerada por usinas de energia solar, eólica, biomassa ou pequenas centrais hidrelétricas. A aquisição de energia de fontes incentivadas também conta com 50% de desconto na tarifa de uso dos sistemas elétricos de distribuição.

Foi em janeiro deste ano que a Trensurb firmou contrato com a RZK Comercializadora de Energia, pelo valor global de R$ 52,3 milhões para fornecimento de energia elétrica a partir de 1º de agosto deste ano até o final de 2028. A empresa comercializadora varejista contratada será responsável pelo relacionamento da Trensurb junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, viabilizando a aquisição de fornecedores de todo o Brasil. Com a migração para o ambiente de contratação livre, estima-se uma economia anual de R$ 7,7 milhões nos gastos com a energia elétrica de tração dos trens, o que equivale a uma redução de cerca de 30% em relação às despesas com esse insumo em 2023 – que totalizaram R$ 25,2 milhões.

A Trensurb também estuda realizar, futuramente, a migração ao mercado de contratação livre para a energia utilizada nas estações do metrô, sede da empresa e aeromóvel, além de alternativas para gerar sua própria energia elétrica – cujo excedente poderia ser comercializado no ambiente livre.

Mais projetos

Além da migração para o mercado livre de energia, o diretor-presidente Fernando Marroni também destacou alguns outros projetos prioritários da atual gestão da empresa, como a expansão da linha a Alvorada e a proposta de um cartão social para beneficiários de programas assistenciais. Marroni aponta que o trecho até Alvorada teria uma demanda de pelo menos 100 mil passageiros diários, praticamente dobrando o atual fluxo de passageiros diários do metrô, uma vez que, hoje, a Trensurb transporta aproximadamente 110 mil usuários por dia útil. Já o cartão social proposto busca promover a inclusão social e o acesso a bens e serviços para usuários de baixa renda, com isenção tarifária a usuários beneficiários do Programa Bolsa Família e aos desempregados inscritos no CadÚnico. A Trensurb está em tratativas junto ao governo procurando alternativas para custear e tornar viável esse projeto. O diretor-presidente afirma que essa iniciativa, em conjunto com a economia gerada pela migração ao mercado livre de energia, faz parte dos planos para aproximar a empresa da sustentabilidade financeira. “O nosso projeto prevê que a empresa possa se tornar independente”, diz ele referindo-se aos esforços para que a Trensurb possa reduzir sua necessidade de subsídios do governo federal. “Isso seria um passo muito importante para a manutenção da Trensurb como uma empresa pública pela sua eficiência”, completa. Para Marroni, “é muito importante que possamos cumprir as metas estabelecidas de termos confiabilidade, segurança, eficiência e sustentabilidade ambiental, particularmente nesse período em que vivemos de buscar mitigar as emissões de carbono”.

Em seu discurso no evento comemorativo, o diretor de Operações da empresa, Ernani Fagundes, destacou a missão da atual gestão de recuperar a Trensurb e torná-la ainda mais eficiente após alguns anos de poucos investimentos. “Avançamos bastante na recuperação de alguns sistemas”, afirmou. “Estamos nos empenhando, buscando recursos e contratando para voltar a ter a empresa em sua condição operacional original”, completou o diretor.

Trensurb+

No evento, a empresa também lançou uma nova campanha de comunicação, intitulada Trensurb+. O foco da Trensurb+ está na missão de promover a mobilidade urbana com excelência e de modo sustentável. Assim, a campanha Trensurb+ convida usuários e comunidade a se envolverem nesse movimento, destacando como ações individuais e coletivas podem fazer a diferença na construção de um futuro mais equitativo e ambientalmente consciente.

44 anos de fundação

A empresa foi formalmente criada em assembleia geral de constituição realizada no dia 25 de abril de 1980, após autorização da Presidência da República por meio do Decreto nº 84.640, de 17 de abril do mesmo ano. O documento deu permissão à Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) para constituir, então como sua subsidiária, a Trensurb, com a “finalidade de implantar e operar serviço de trens urbanos na Região Metropolitana de Porto Alegre” e capital social, à época, de Cr$ 6,8 bilhões. Cinco anos mais tarde, em 2 de março de 1985, ocorria a cerimônia de inauguração do metrô e, dois dias depois, o início da operação comercial com a abertura do sistema ao público em geral.