Um decreto do governador Wilson Witzel publicado nesta terça-feira no Diário Oficial do Estado amplia em 10 pontos percentuais o limite máximo de passageiros que podem ser transportados nos trens, metrô e ônibus intermunicipais durante a pandemia. As medidas, que alteram o decreto anterior de 19 de junho, acompanham a flexibilização do isolamento social e os indicadores monitorados pelas autoridades sanitárias referente a propagação do coronavírus, justifica o governo.

Trens e metrô que antes que tinham o total de passageiros limitados a 50% da ocupação das composições, pelo decreto anterior, agora poderão transportar até 60%.

Os ônibus das linhas urbanas que fazem ligação entre as cidades da Região Metropolitana do Rio e entre os municípios do interior, que só podiam levar passageiros sentados, podem transportar também usuários em pé, desde que o volume não ultrapasse 60% da lotação do veículo. Também é necessário respeitar o limite de duas pessoas por metro quadrado.

Os coletivos do tipo rodoviário (uma porta) que transportam passageiros entre os municípios da Região Metropolitana e do interior do Estado também devem respeitar a ocupação de até 60% dos assentos disponíveis. Nesse caso, é proibido levar passageiros em pé.

Para as barcas nada muda. Ficam mantidas as viagens realizadas com o quantitativo de usuários equivalentes ao número de assentos existentes na embarcação utilizada, de acordo com o novo decreto.

No rastro do coronavírus, a população do estado se vê às voltas com uma nova ameaça: um colapso nos transportes públicos capaz de tornar a vida dos passageiros mais difícil do que já é hoje. Com a queda drástica no número de usuários, as empresas que administram trens, metrô, barcas, VLT e ônibus projetam um prejuízo de cerca de R$ 2,6 bilhões este ano. Um alívio momentâneo pode vir da União se a Câmara dos Deputados aprovar esta semana projeto de lei com um socorro emergencial de R$ 4 bilhões para o setor, dos quais cerca de R$ 130 milhões devem ser destinados ao Rio. Mas, sem a garantia de que o auxílio vai chegar, a única certeza é que serão tempos de sufoco em dose dupla.

Influência do ‘home office’

A SuperVia avalia ter que diminuir a frequência dos trens e deixar de circular em alguns horários nos ramais que cortam a capital e a Baixada Fluminense. O sistema, que operava com média de 600 mil usuários por dia, acumula, desde o início da pandemia, perda acumulada de 42 milhões de passageiros, o que abre um buraco nas contas. A normalidade está longe de voltar aos trilhos porque, assim como outros meios de transporte, a retomada da demanda é lenta, influenciada pelo aumento do desemprego e o home office.

25/08/2020 – O Globo