O projeto de implantação de linha ferroviária turística com ligação entre Cataguases (MG) e Três Rios (RJ) segue a todo vapor. Dos 17 itens da composição, duas locomotivas e dois vagões já foram reformados. Restam agora sete vagões para restauração. A remodelação tem sido feita pelas mãos de voluntários da ONG Amigos do Trem em uma oficina localizada em Recreio (MG). O trecho a ser percorrido pelo trem se estende em 120 quilômetros de malha ferroviária, trilhos hoje inativos, que passarão por um processo de limpeza e pequenas intervenções.

A composição passará pelos municípios de Cataguases, Leopoldina, Recreio, Volta Grande, Além Paraíba e Chiador, em Minas, e Sapucaia e Três Rios, no Rio de Janeiro. Serão duas locomotivas fazendo os trajetos Três Rios-Cataguases e Cataguases-Três Rios, ambos com conexões em Além Paraíba. Sendo assim, os passageiros poderão fazer viagens com destinos à sua escolha, desfrutando das estações de cada ponto de conexão.

A capacidade será de 800 passageiros por semana, e a inauguração é prevista para o segundo semestre. Serão vendidos ingressos e pacotes tanto individuais quanto para grupos de turismo, em uma plataforma on-line.

Revivendo a cultura ferroviária

A ONG Amigos do Trem tem por objetivo reviver a memória ferroviária e a representatividade do transporte sobre trilhos dentro da cultura brasileira, reativando linhas férreas e incentivando o turismo através das mesmas. A iniciativa da ONG, em parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT ) e apoio da VLI (Valor da Logística Integrada), busca a preservação do patrimônio público ferroviário federal e a reativação de um costume comum no século passado.

O presidente da ONG, Paulo Henrique do Nascimento, destaca o grande interesse da população pelo projeto: “Reativar as linhas ferroviárias é reviver uma paixão, uma cultura que é nossa. E tanto os voluntários como os futuros usuários do trem estão bastante empenhados para esta inauguração. Voluntários de outros estados têm se apresentado para ajudar na reforma, pessoas de vários lugares têm buscado informação on-line sobre o início das viagens. Acreditamos que será algo interessante e agradável para todos.”

Segundo o engenheiro do DNIT Antônio José Leite Gondim, o departamento se declarou favorável ao projeto, evidenciando o interesse em dar utilidade aos trilhos. “O turismo, a cultura e a economia locais serão beneficiados, e a malha antes inativa ganha vida e novas histórias.”

14/02/2018 – O Vigilante
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