Imbatíveis no transporte de massa, de alta capacidade, os metrôs, trens metropolitanos, regionais e de alta velocidade constituem a espinha dorsal do sistema de transporte de cidades inteligentes.
São usualmente alimentados por outros meios de transporte, de média ou baixa capacidade, que possuem maior capilaridade, sobre pneus ou sobre trilhos, coletivos ou individuais.
Essa é a realidade que se observa no mundo em geral, principalmente nos países desenvolvidos, mas também nos emergentes, que já entenderam a necessidade de planejar e implantar um transporte público eficaz.
Lamentavelmente, não é o caso de nosso País, que caminha a passos lentos rumo a um transporte melhor.
Nossa rede, constituída de metrôs, trens metropolitanos, VLTs, monotrilhos e aeromóveis mal passa de mil quilômetros.
As Regiões Metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro respondem por 70% do total de trilhos do Brasil, com extensões similares.
Porém, no momento, o estado de São Paulo é o mais promissor quanto à expansão do transporte sobre trilhos.
Além da continuidade das obras de extensão de seu metrô, há forte sinalização de que o projeto do Trem InterCidades, de média velocidade, efetivamente se iniciará num curto prazo.
O primeiro trecho, de 135km, entre São Paulo e Americana, está com estudos avançados e poderá ter as Audiências Públicas realizadas ainda em 2018.
Os outros três trechos em estudo ligarão a capital do estado a Sorocaba, Santos e Vale do Paraíba, em um total geral de 400km.
Será o resgate do transporte de passageiros sobre trilhos de média distância, em um raio médio de 100km, partindo de São Paulo.
A mobilidade urbana da cidade de São Paulo será transformada, ao ter diminuída significativamente a circulação de automóveis e ônibus que chegam diariamente à cidade, por meio de dez rodovias, que beiram a saturação e se estrangulam nas duas vias marginais, dos rios Tietê e Pinheiros.
Na década de 70, já chegamos a transportar, no Brasil, 100 milhões de passageiros por ano por trilhos. Hoje, mal chegamos a cinco milhões, graças aos sistemas sociais da EFVM e EFC da Vale e também aos Trens Turísticos e Culturais.
Não se pode esquecer, ainda, em um prazo mais longo, do trem de alta velocidade que ligue São Paulo ao Rio de Janeiro.
Principais centros do País, com população nas respectivas áreas metropolitanas de 20 e 10 milhões de habitantes, separados por uma distância de 400km, merecem um transporte de primeiro mundo.
Louve-se, por último, mas não menos importante, o trabalho incansável da ANPTRILHOS e de suas associadas em prol do engrandecimento do transporte de passageiros sobre trilhos, que a ABIFER e suas associadas apoiam integralmente e cooperam, pelo desenvolvimento e fornecimento de veículos, via permanente e sistemas de sinalização, telecomunicações e energia, que têm ajudado a melhorar a produtividade e a competitividade das concessionárias.
Vicente Abate é o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER); diretor de Relações Corporativas da Greenbrier Maxion e Amsted Maxion; Diretor do SIMEFRE; Vice-Presidente da ABIFA/SIFESP e conselheiro da ANPTrilhos. O executivo é engenheiro metalurgista formado pela Escola de Engenharia Mauá, com MBA em Marketing pela FGV/SP e Babson College/USA.
Artigo publicado no livro “Mobilidade Urbana sobre Trilhos na Ótica dos Grandes Formadores de Opinião”, planejado e publicado pela ANPTrilhos – Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos.
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