O artigo 29, da Lei Federal 9.605, de 1998 prevê detenção de seis meses a um ano, além de multa, para quem “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”.
A necessária proteção à fauna traz um desafio para as concessionárias de serviços públicos: como retirar abelhas ou marimbondos que se instalam nas estações e equipamentos e oferecem riscos aos usuários? Pode até parecer um problema pequeno, mas quando se fala de empresas com práticas e metas de ESG, mesmo os menores detalhes precisam ser levados a sério.
É o que acontece na SuperVia, a concessionária do transporte ferroviário no Rio de Janeiro.
Signatária do Pacto Global, a empresa, que opera 270 km de extensão de linha férrea e 104 estações (muitas delas em áreas rurais), atravessando 12 municípios da Região Metropolitana, mantém parceria com um apicultor, para que ele maneje os casulos e colmeias em total segurança, tanto para os insetos quanto para os 350 mil passageiros que utilizam o trem todos os dias.
O trabalho de manejo desses insetos é feito em dois turnos. Os marimbondos podem ser retirados durante o dia. Já as abelhas, como têm hábitos diurnos, exigem uma operação noturna, em especial em áreas urbanas. Um enxame provocado, ou seja, que foi tocado de maneira imprópria, pode se deslocar por até quatro quadras do perímetro de onde estava em repouso. Com roupas e equipamentos especiais, o apicultor retira os insetos e os leva para um apiário na cidade de Além Paraíba, em Minas Gerais.
Somente em 2023, a SuperVia já fez 39 remoções. Os insetos têm como costume formarem seus abrigos na parte interior dos postes do circuito da rede aérea, nos sinais do sistema de sinalização e nas coberturas das estações.
29/05/2023 – SuperVia