A SuperVia, empresa operadora do transporte ferroviário do Rio, teve nos últimos cinco anos um aumento de 12% no número de funcionárias. O crescimento, mesmo no período mais crítico da pandemia do Coronavírus, é reflexo de um trabalho para aumentar a presença feminina em profissões que costumavam ser ocupadas exclusivamente por homens.
De acordo com a técnica em eletromecânica Valéria Brasiliense, a expressão “romper barreiras” define os seus quase 20 anos trabalhando na empresa. A escolha por um setor quase 100% masculino aconteceu por influência do pai, que atuava na mesma área, e hoje ela comemora as conquistas materiais e profissionais que acumulou.
“O início não foi fácil, porque cada dia aqui apresenta um desafio diferente, mas eu consegui o meu espaço. Sempre contei com muita ajuda dos meus colegas, mas eu também consegui mostrar para eles que nós mulheres podemos fazer qualquer coisa e em qualquer ambiente. Com o meu trabalho, pude comprar meu apartamento, mas acho que, acima de tudo, a maior conquista é o respeito profissional”, diz Valéria, que atua na construção de projetos de sinalização e na instalação de sistemas de linha férrea que atravessam da Região Metropolitana do Rio.
O objetivo da SuperVia é cada vez mais pautar a igualdade de gênero e, para isso, foram desenvolvidos programas de treinamento, sensibilizações e debates. A esperança é que, através do fomento das discussões sobre o tema, elas ajudem a construir uma divisão mais igualitária entre os gêneros na empresa.
Ao todo, a concessionária conta hoje com 721 mulheres em seu quadro de colaboradores. Uma delas é a maquinista Carla Ribeiro, há 10 anos uma das responsáveis por transportar passageiros aos seus destinos. Após uma década na profissão, a condutora reconhece a conquista de espaço por parte das mulheres.
“Quando eu entrei, era um ambiente totalmente masculino, mas isso foi mudando ao longo do tempo. Acho que, com respeito e muita dedicação, temos conquistado o nosso lugar. E eu preciso dizer que ser maquinista é a realização de um sonho e fico muito orgulhosa quando as pessoas se espantam com a profissão que eu escolhi”, afirma Carla, uma das 70 mulheres a desempenhar a função na empresa.
07/03/2023 – O Dia