Na manhã de sábado, 7 de maio, entre 9h30 e 11h30, a Estação Butantã da Linha 4-Amarela de metrô serviu de cenário para um exercício que simulou um atentado com bomba. Organizado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, em parceria com a ViaQuatro, concessionária que opera a Linha 4-Amarela, e outras 19 entidades municipais e estaduais, o simulado teve o objetivo de testar o tempo de resposta dos serviços de emergência da cidade, a articulação e a integração entre os órgãos envolvidos.
“Foi a primeira vez no país que uma simulação desse porte foi realizada em uma estação de metrô durante a operação comercial. Nosso desafio foi dar o suporte a essa importante iniciativa sem interferir na operação. Fomos bem-sucedidos em não afetarmos a viagem de nossos usuários”, avalia o presidente da concessionária ViaQuatro, Harald Zwetkoff.
Os usuários da Linha 4-Amarela puderam obter informações sobre a operação neste sábado pela Central de atendimento da ViaQuatro 0800 770 7100.
“O exercício em uma simulação de atendimento a múltiplas vítimas reforça nossa preocupação com a segurança de pacientes, profissionais e ambiente hospitalar. Desde 1999, o Einstein realiza simulações de incêndio e catástrofe para capacitar a equipe para atuar em situações de crise e oferecer e disseminar esses conhecimentos para a comunidade. Há três anos atuamos em colaboração com as forças públicas para que as instituições trabalhem de forma integrada para salvar mais vítimas”, afirma o doutor Miguel Cendoroglo, diretor superintendente do Einstein.
O simulado, um dos maiores já realizados na capital paulista, contou com mais de 300 profissionais, incluindo os voluntários que se passaram por vítimas. Além das equipes especializadas, entre médicos, enfermeiros, bombeiros e policiais, os parceiros envolvidos mobilizaram ambulâncias e unidades móveis de atendimento dos Bombeiros e Defesa Civil. Houve também a colaboração do helicóptero Águia, da Polícia Militar.
Como foi o simulado
O treinamento, desenhado por um comitê formado por representantes dos órgãos, simulou um atentado terrorista com a explosão de uma bomba em um dos carros de um trem da Linha 4-Amarela.
A atividade aconteceu em três etapas. Na primeira, por volta das 7h30, houve o acionamento das equipes de emergência, que se deslocaram para a região da Estação Butantã. Nessa etapa, foram avaliados o tempo gasto no percurso, a organização das equipes e o posicionamento das forças pública e privada.
A partir das 9h30, ocorreu a detonação da bomba e foram iniciadas as atividades de cada um dos participantes dentro do exercício, com acionamento das forças públicas (que já estavam no local), varredura, avaliação de estrutura, resgate de vítimas, montagem de posto médico, triagem de vítimas, comunicação e encaminhamento das vítimas conforme gravidade.
As vítimas foram triadas conforme a classificação internacional de gravidade nas áreas verde (vítimas conscientes e que se locomovem sozinhas), amarela (vítimas machucadas, com ou sem consciência e condições de locomoção própria, mas sem risco de morte) e vermelha (vítimas graves).
Entidades envolvidas
O treinamento possibilitou que as diversas entidades que podem ser acionadas em uma situação real de emergência testem seus tempos de resposta e treinem seus colaboradores, como a ADRA – Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais, BEM Emergências Médicas, Grupo CCR, CET, Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Cruz Vermelha Brasileira – Filial São Paulo, Defesa Civil Municipal, SPTrans, União dos Escoteiros do Brasil, Guarda Civil Metropolitana – Canil, Polícia Militar – Batalhão de Trânsito / 23º BPM/M / Patrulhamento da Cidade Universitária / GRPAe (Águia), Polícia Civil – DECADE / DELPOM – Delegacia de Polícia do Metropolitano / GER – Antibombas / GOE / DIPOM/DIPOL, SAMU, EMTU, GO! Emergências Médicas, GRAU – Grupo de Resgate e Atenção a Urgências, Hospital das Clínicas da FMUSP, JP Salva e Hospital Universitário da USP.
A GO! Emergências colocou à disposição duas ambulâncias UTI, médicos, enfermeiros e socorristas.
A Defesa Civil Municipal disponibilizou uma BAM (Base Móvel) e uma tenda, que funcionaram como central operacional e foram montadas no cruzamento das Ruas Pirajussara, MMDC e Dráuzio. A tenda também serviu de almoxarifado central para atender a equipe da Defesa Civil com água, alimentos, rádios, cavaletes, fitas, uniformes e EPIs.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-SP) foi responsável pela montagem e coordenação do Posto Médico Avançado (PMA) e levou quatro ambulâncias, entre elas a de Múltiplas Vítimas. A unidade – com tração 4X4 para ambientes de difícil acesso – está preparada e equipada com materiais para o atendimento de até 50 pessoas em situações de grandes ocorrências, como catástrofes e atentados, por exemplo. Esse tipo de ambulância não faz remoção de pacientes, mas serve como posto médico e central de comando de regulação.
A Cruz Vermelha Brasileira de São Paulo informou as pessoas que estavam circulando na região. O objetivo foi explicar que se trata de um simulado para evitar pânico e, consequentemente, acidentes. Além disso, equipes de socorristas da entidade participaram do processo de triagem de vítimas na zona fora de perigo. Eles checaram os sinais vitais das pessoas e avaliaram a necessidade de encaminhá-las ou não para atendimento em pronto-socorro.
Quase 100 vítimas simuladas foram removidas para o Einstein, HC e HU, que também aproveitaram o exercício para treinar suas equipes de pronto-atendimento e trauma ao acionar seus planos de catástrofe hospitalar. As remoções foram feitas pelas várias ambulâncias cedidas e pelo helicóptero Águia.