• A demanda de passageiros cresceu 4,8%, em relação ao ano anterior, e foram inaugurados 2 km de via e 2 novas estações.
• Mesmo com a crise diante da pandemia, os sistemas mantiveram suas operações ininterruptamente, apresentando altos índices de confiabilidade e regularidade na prestação de serviços.
Os sistemas de metrô, trem urbano e Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do Brasil transportaram 1,8 bilhão de passageiros em 2021, apresentando um discreto aumento de 4,8% na demanda, em relação a 2020. O volume é -44,1% menor do que era transportado antes da pandemia da Covid-19. Os dados fazem parte do Balanço do Setor Metroferroviário Brasileiro 2021-2022, divulgado pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).
“O ano de 2021 foi um ano de muita apreensão e incerteza para setor metroferroviário brasileiro, que permanece fortemente impactado com a crise gerada pela Covid-19. Infelizmente, o cenário ainda é instável e não há expectativa de retomada neste ano da demanda de passageiros que registrávamos antes da pandemia”, explica Roberta Marchesi, Diretora Executiva da ANPTrilhos.
Mesmo com a crise, os sistemas mantiveram suas operações ininterruptamente, atendendo a população com rapidez e previsibilidade. Os índices demonstram a performance positiva das operações com 99,9% de confiabilidade e 97,6% de regularidade na prestação de serviços em 2021. “O transporte público sobre trilhos apresenta os melhores indicadores de mobilidade do Brasil, tanto em termos de viagens programadas realizadas, quanto de cumprimento de horários previstos. No ano passado, o setor proporcionou a redução de 1 bilhão de horas em deslocamentos, o que representa para o passageiro uma economia média de 33,4 minutos por deslocamento realizado”, explica Roberta Marchesi.
Expansão da rede
Ao longo de 2021, o setor manteve seus projetos em andamento e foram inaugurados 2 km de via e 2 novas estações, João Dias e Mendes-Vila-Natal, na Linha 9-Esmeralda do trem metropolitano de São Paulo. Hoje, a rede metroferroviária conta com 1.105 km de extensão, 47 Linhas, 619 estações e 5.196 carros de passageiros.
Mais 124 km devem ser acrescidos na rede de atendimento à população nos próximos anos com as 12 obras em andamento nos Estados de São Paulo, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte. Deste montante, estão previstos 7,2 km e 5 novas estações de acréscimo à rede metroferroviária brasileira em 2022, com as entregas previstas do Ramal Aeroporto do VLT Parangaba-Mucuripe, em Fortaleza (CE); da Linha 9 – Esmeralda, em São Paulo (SP); e da Linha Branca, em Natal (RN).
Além dos projetos em andamento, em 2021, foi realizada a concessão das linhas 8 e 9 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM); anunciadas a modernização e expansão do metrô de Belo Horizonte e a construção do people mover do Aeroporto de Guarulhos, que conectará a Linha 13-Jade da CPTM aos terminais de passageiros.
“Os projetos continuam avançando e o setor está otimista, principalmente, com as Parcerias Público-Privadas (PPP), que, através dos investimentos previstos, trarão um novo fôlego para a indústria nacional, contribuindo para a expansão e qualificação dos serviços atualmente prestados”, explica a Diretora da ANPTrilhos, Roberta Marchesi.
Perfil do passageiro
O Balanço da ANPTrilhos apresenta também o perfil médio dos passageiros que utilizam os sistemas em todo o Brasil. O uso do transporte sobre trilhos é predominantemente para acesso ao trabalho, representando 71,3% dos passageiros, e as principais características dos passageiros são:
• 50,4% Mulher;
• 49,6% Homem;
• 39,47% dos passageiros tem idade entre 25 e 34 anos;
• 43,93% dos passageiros tem Ensino Médio Completo.
Impactos socioambientais
Os sistemas metroferroviários brasileiros são predominantemente elétricos, não emitem ruídos e contribuem com a qualidade de vida da população e a qualidade ambiental das cidades. O uso de trens urbanos, metrôs e VLTs permitiram em 2021 a devolução de R$ 23 bilhões à sociedade em termos de retornos sociais e econômicos e qualidade de vida com:
• Economia de R$ 8 bilhões com a retirada de ônibus e carros das ruas;
• Redução de 1,6 milhões de toneladas na emissão de poluentes na atmosfera;
• Economia de R$ 296 milhões em custos com acidentes;
• Economia de 847 milhões de litros de combustível fóssil;
• Redução de 1 bilhão de horas em deslocamentos.
Todos os dados sobre o transporte de passageiros sobre trilhos estão disponíveis no Balanço do Setor Metroferroviário Brasileiro 2021-2022.