Depois de terminar o ano de 2022 como um dos piores da história para o setor ferroviário de passageiros (entrega zero), o ano de 2023 começou a apresentar os primeiros sinais da retomada para o setor ferroviário de passageiros, acredita o vice-presidente do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (SIMEFRE), Massimo Giavina.
Segundo ele, contratos fechados em anos anteriores iniciaram suas entregas em 2023, provocando um incremento na produção. “Entretanto o adiamento para 2024 de editais previstos para 2023, derrubou as vendas do ano.”
Giavina afirma que para o desenvolvimento contínuo do setor metroferroviário é preciso um planejamento de Estado, de longo prazo, com regras claras, arcabouços jurídicos e econômicos sólidos e consistentes e segurança no modelo que aporte previsibilidade ao setor, aos investidores (públicos e privados) e à sociedade.
“No setor de passageiros, continuamos com índices de ociosidade de nossa capacidade instalada acima dos 80% e nenhuma constância no tempo, na demanda ao setor. Visando esta previsibilidade urge alçar o setor ao patamar de “estratégico” e requerer a imediata implantação de um planejamento de longo prazo.”
Para o vice-presidente do SIMEFRE, cabe ao governo estabelecer regras claras, homogeneizar a demanda de tempo, fiscalizar e controlar a execução dos planos setoriais. “A atratividade da iniciativa privada, do ponto de vista da operação depende da mitigação de riscos (demanda, receitas, cambio) e do lado da indústria de maior previsibilidade e constância na demanda industrial e resultados seguros.”
A necessidade de melhores transportes públicos eficientes, seguros e confortáveis é grande e precisa ser atendida, no entanto, faltam políticas públicas neste sentido. “Acreditamos que estamos no início de um ciclo virtuoso de crescimento do setor com boas perspectivas de novos projetos na área de passageiros. Dentro do PAC, o acordo BNDES/Ministério das Cidades para serem feitos estudos para implementação em 21 regiões metropolitanas do sistema de transporte urbano.”
Concluindo, Giavina afirma que o Brasil é a próxima fronteira metroferroviária global e precisa estabelecer as bases para que este crescimento se dê, no prazo das necessidades (prementes) da sociedade e dos atores do setor.
04/12/2023 – SIMEFRE