Secretário expõe plano sobre trens regionais de passageiros

Os trens regionais são uma bandeira da Assembleia Legislativa, declarou o deputado Mauro Bragato (PSDB), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Malha Ferroviária Paulista, na abertura da reunião realizada nesta quarta-feira, 18/11. O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, participou do encontro e apresentou aos parlamentares da frente, a vereadores de diversas cidades do Estado e a representantes de associações empresarias ligadas ao setor ferroviário os planos do governo paulista para atualizar a rede de transporte de alta e média capacidade.

Pelissioni disse que a retomada dos trens regionais de passageiros precisa superar prejuízos acumulados durante décadas. Desde os anos 50, as ferrovias foram relegadas no Brasil e no Estado. Em todo o país, restam apenas duas linhas regionais que operam com passageiros. Atualmente, a maior parte dos trens de passageiros opera somente nas regiões metropolitanas. Em São Paulo, essa modalidade de transporte atende somente a Região Metropolitana de São Paulo, por meio da CPTM e do Metro. Com 12 linhas, 335,9 Km de extensão e 159 estações, a rede metro-ferroviária de São Paulo atende diariamente cerca de 7,5 milhões de passageiros.

Trens intercidades

O arquiteto Renato Viegas, que integra o quadro técnico da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, detalhou os planos de investimento no sistema metro-ferroviário que estão em andamento. Em fase de implantação, 8 linhas vão incorporar 81,5 Km de extensão e 63 estações à rede, para atender mais 2,4 milhões de passageiros/dia.

Segundo Viegas, o grande desafio até 2030 será integrar a região da macrometrópole, composta por 173 municípios, por meio da ligação de malhas regionais. O plano da secretaria é criar uma rede de trens de passageiros formada por diversos tipos de serviços ferroviários, com linhas de trens intercidades com qualidade, atrativas ao usuário, com padrões de conforto e conectadas à rede de alta capacidade existente na região metropolitana. Vegas falou em trens com velocidade média entre 160 e 180 KM/hora, operando um trecho inicial de 135 Km de extensão.

O secretário Clodoaldo Pelissioni disse que os estudos abrangem quatro regiões: Campinas, Sorocaba, São José dos Campos e Santos. Em desenvolvimento neste momento, apenas a primeira, cuja estimativa de investimentos é da ordem de R$ 500 milhões. A explicação da escolher primeiramente a linha que ligará São Paulo à cidade de Americana assenta-se no fato de que aquela região tem maior volume de demanda, mais conexões e traçado mais recente. O passo principal para viabilizar essa linha será obter do governo federal a autorizacão para o compartilhamento da via férrea com o transporte de carga (a linha corre paralelamente a Santos-Jundiaí) e conseguir os aportes financeiros para a execução do projeto.

Os deputados que integram a frente parlamentar se entusiasmaram com os planos. A deputada Maria Lúcia Amary (PSDB), que representa Sorocaba, disse: “mais do que nunca é importante uma solução para o sistema viário de São Paulo. O desenvolvimento sustentável passa necessariamente pelo resgate das ferrovias no Estado”. Edson Giriboni (PV) ponderou que o maior problema é realizar intervenções estruturais, de grande porte, depois de as cidades terem crescido sem planejamento. “Viabilizar os trens metropolitanos é um desafio corajoso”, arrematou. Já o deputado Davi Zaia (PPS) acrescentou que há a necessidade de melhorar também o transporte de carga no Estado.

18/11/2015 – ALESP – Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo
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