O secretário adjunto do VLT, José Picolli, acha “difícil” que o Consórcio VLT continue à frente da execução do projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), após a ‘Operação Descarrilho’, deflagrada pela Polícia Federal e que apontou pagamento de propina da empresa ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Picolli ainda deu a entender que a melhor saída para a continuidade do projeto seria uma Parceria Público-Privada (PPP).
“Não queremos levar a sujeira para baixo dos trilhos, queremos fazer tudo de forma limpa e com respeito ao dinheiro público. Infelizmente temos que resolver este impasse. Acho difícil continuarmos com o Consórcio, mas é algo que ainda será resolvido. Teremos um comitê de risco para analisar todos os pontos das obras, impactos e tudo que englobar a execução do projeto”, explicou o secretário.
Picolli entende ainda que há poucas opções para determinar o futuro do projeto e que a solução mais barata seria uma PPP: “Todas as opções estão sendo estudadas, inclusive a de trocar o modal. Porém, isso vai depender de custo. Se trocar, o que vamos fazer com o material do VLT? Não temos como colocar ele em outro lugar, não podemos também vender a preço de banana. Isso não interessa pro Estado”.
“Estamos analisando uma nova licitação, uma Parceria Público-Privada (PPP) para concluir. Com isto, poderíamos incluir a parte de operacionalização, para que a empresa mantenha o modal. A Procuradoria Geral do Estado (PGE) está analisando toda esta questão da investigação. Precisamos ver como sairemos deste impasse”, acrescentou.
Operação Descarilho
As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), em vias de serem retomadas com a proximidade de acordo entre Consórcio e Governo, voltaram às páginas policiais na manhã do dia 9 deste mês, com a operação Descarrilho, deflagrada pela Polícia Federal, na qual são apuradas possíveis irregularidades na escolha do modal para operar na região metropolitana de Cuiabá. Entre os alvos da operação está o ex-secretário da Secopa Maurício Guimarães, conduzido coercitivamente.
A ação apura os crimes de fraude a procedimento licitatório, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais, em tese ocorridos durante a escolha do modal VLT e sua execução na Capital de Mato Grosso.
Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, sendo 10 em Cuiabá (MT), um em Várzea Grande (MT), um em Belo Horizonte (MG), um no Rio de Janeiro (RJ), um em Petrópolis (RJ), dois em São Paulo (SP) e dois em Curitiba (PR).
VLT
A obra do modal de transporte está paralisada desde o final de 2014 e, devido à divergência entre os valores solicitados pelo consórcio para concluir o VLT e o valor que a atual gestão está disposta a pagar, o governador judicializou a questão. O governo passado já pagou R$ 1,066 bilhão ao consórcio VLT Cuiabá, do total de R$ 1,477 bilhão pelo qual a obra foi contratada.
Projeto
O modal terá dois eixos, Aeroporto-CPA e Centro-Coxipó, e será implantado no canteiro central das avenidas João Ponce de Arruda e FEB, em Várzea Grande; XV de Novembro, Tenente Coronel Duarte (Prainha), Historiador Rubens de Mendonça, Coronel Escolástico e Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, totalizando 22 km de extensão.