Demanda aumentará para 85 quilômetros nos próximos 20 anos

Não será por falta de ideias que os candidatos ao governo do Estado deixarão de buscar providências para o investimento em metrôs e trens. A ANPTrilhos, associação que reúne empresas do setor lançou o documento Eleições 2022.

O material reúne propostas para o avanço da mobilidade urbana nacional. O documento, com recorte estadual, será repassado aos concorrentes ao Palácio Piratini. Somente no Rio Grande Sul são mais 85 quilômetros de linhas para implantação.

– Esses projetos contam com estudos que possibilitam o avanço imediato de implantação. É de suma importância que os candidatos olhem para o transporte público de maneira diferente, já que ele é utilizado todos os dias pela população brasileira. Investir nos sistemas é garantir um legado aos estados e municípios -, explica o presidente do Conselho da ANPTrilhos, Joubert Flores.

A demanda atual identifica que Porto Alegre já deveria ter uma linha de 21,5 quilômetros, ligando o bairro Azenha, passando pelo Centro Histórico, Terminal Triângulo, chegando até a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Para o trecho são projetadas duas opções, o metrô – subterrâneo – e trem, em via elevada.

Já a projeção para os próximos 20 anos identifica a necessidade de mais 45,5 quilômetros. A ideia seria levar o trem, em via elevada, por mais 14,7 quilômetros da Fiergs até Gravataí.

Outra linha partiria do Terminal Triângulo até Alvorada, em mais 9,8 quilômetros. O trecho mais extenso partiria do bairro Azenha em direção a Viamão. Ele contaria com metrô e trem em via elevada, chegando a 21 quilômetros. Os 18 quilômetros restantes são referentes a linha do Aeromóvel de Canoas, que já conta com estudos avançados para implantação.

O levantamento completo identificou que o Brasil conta com mais de 3 mil quilômetros de projetos de transporte de passageiros sobre trilhos mapeados. Eles estão distribuídos em mais de 70 trechos de metrôs, trens urbanos, veículos leves sobre trilhos (VLT), trens regionais e inter-regionais.

A falta de investimento no setor está diretamente ligada à escassez de recursos disponíveis. Da última vez que que o projeto do metrô da Capital foi discutido, a proposta esbarrou na dificuldade do Palácio Piratini e da prefeitura de Porto Alegre repassarem dinheiro.

Para tentar reverter essa situação, a ANPTrilhos propõe a reformulação do Marco Legal do Transporte Público Urbano. A medida, segundo a associação atrairia investimentos para o setor. Além disso, defende uma política de financiamento do transporte público.

17/08/2022 – GZH / Coluna Jocimar Farina