A secretária especial do Programa de Parceiras de Investimentos, Martha Seillier, disse que está “muito claro” que a retomada do crescimento não virá pelo investimento público. Ela pontuou, no entanto, que é “natural a pressão” por recursos públicos, dada a forte demanda por infraestrutura no país.
Ela reforçou a “incapacidade” do Orçamento da União em prover os investimentos que o país precisa e lembrou que, mesmo antes da crise, os recursos para infraestrutura não passavam de R$ 20 bilhões neste ano. Em meio às pressões políticas por mais recursos para a área, disse ainda que vai continuar crescendo a demanda por investimentos no país.
“[No PPI] A gente avança com uma agenda super importante de leilões de infraestrutura, de estruturação de projetos, mas isso não supre a demanda existente e a pressão existente do lado público da infraestrutura, por isso a gente assiste todos os dias a essas disputas”, disse na 21ª Conferência Anual Santander.
Martha acrescentou que o pedido dos ministérios por mais recursos “é natural” em função até de uma demanda da sociedade pelos serviços. Ela destacou que há muitos desafios para reduzir a pressão sobre os investimentos públicos e que é preciso trabalhar para substituição de obras públicas em setores onde elas ainda são dominantes.
A secretária negou ainda que a agenda de privatizações não esteja sendo tratada como uma prioridade do governo. “É um processo rápido? Não. Nunca foi e nunca será, mas é factível”, disse, acrescentando que há um esforço para que a agenda de 2021 traga “diversas privatizações”.
Ela acrescentou que há um rito a ser seguido e que no caso das empresas que necessitam de aval do Congresso para privatização é preciso “diálogo amplo” com parlamentares. No caso dos Correios, Martha disse que o governo está trabalhando na finalização do projeto de lei de regulamentação, que deverá ser encaminhado “nas próximas semanas”.
18/08 /2020 – Valor Econômico