Residenciais são erguidos de olho na mobilidade

Quem quer casa própria quer mobilidade também. Essa é a conclusão das construtoras que fazem lançamentos próximos a estações de metrô e trem. O sucesso de vendas também se verifica quando o empreendimento está a poucos passos do BRT. A valorização dessas áreas reflete mudanças de hábitos, maior preocupação com o tempo gasto até chegar ao trabalho e opção por deixar o automóvel na garagem.

Um exemplo dessa tendência é o empreendimento Star, da construtora CTV, em Irajá. Os corretores já sabem de cor qual é o tempo gasto a pé até a estação do metrô do bairro: seis minutos. Para o gerente Comercial Adilson Maciel, essa característica é cada vez mais decisiva na escolha de um imóvel — tanto para quem só usa o carro para o lazer quanto para quem abre mão do veículo e economiza comprando uma unidade sem vaga de garagem.

“A tendência no mundo todo é valorizar a sustentabilidade, além de fazer economia. Um carro popular está custando cerca de R$ 75 mil, fora as despesas fixas. Por isso, morar perto do transporte público é a saída para famílias com renda até R$ 7 mil mensais”, explica o gerente da CTV, que fará um novo lançamento na mesma área, a dois minutos da estação.

A construtora também mira terrenos na região da Linha 1 do metrô, onde os preços são mais elevados do que nos bairros cortados pela Linha 2, e está prestes a lançar empreendimento na Tijuca, próximo à Estação Uruguai, com apenas 18 unidades.

A proximidade com o transporte público rápido é um atrativo, mas nem sempre há terrenos com grandes dimensões disponíveis. As construtoras Living e Vivaz, do grupo Cyrela, também miram terrenos próximos a modais de transporte público na Zona Norte. Um exemplo é o Vivaz Marechal Rondon, empreendimento já em construção no Riachuelo, ideal para quem anda de trem. O empreendimento fica a três minutos da estação do bairro e a dez de Triagem, onde a pessoa também pode acessar o metrô.

“Todos os nossos projetos são próximos a uma rede grande de transporte público. As pessoas estão cada vez mais atarefadas e querem uma logística melhor para agilizar suas vidas, e a mobilidade é um item muito relevante”, afirma Alain Deveza, gerente-geral da Living e da Vivaz.

A Direcional Engenharia é outra construtora que prioriza a proximidade com as linhas de transporte para erguer seus empreendimentos. Umas das apostas é o condomínio Viva Vida Zona Norte, próximo ao metrô da Pavuna. Para o superintendente de Incorporação no Rio de Janeiro, Ivan Bettencourt, a questão da mobilidade nos empreendimentos é fundamental.

“Quando o cliente avalia oportunidades e perspectivas de uma nova vida em um novo apartamento, naturalmente o quesito mobilidade tem grande peso na decisão final. Por isso, é importante conhecer suas expectativas para uma compra tão relevante como é a da casa própria, em muitos casos, a primeira”, afirma Bettencourt.

A proximidade com o transporte público também tem peso nos empreendimentos da Tegra, que lançou o residencial Flua perto da estação das barcas, no Centro de Niterói. O residencial tem unidades de dois e três quartos e localização estratégica: fica a apenas oito minutos de caminhada da estação e a pouco mais de dez minutos de um terminal rodoviário. Segundo Marcelo Parreira, gerente geral de Incorporação da construtora no Rio, uma localização voltada para a mobilidade garante maior sucesso nas vendas.

A permuta fica ainda melhor se o comprador optar por um imóvel que não tenha vaga de garagem

Adquirir um imóvel próprio próximo à infraestrutura de transportes públicos pode ganhar um impulso amais quando o automóvel é usado para pagar a entrada. Essa facilidade é oferecida pela Vitale, que aceita carro do cliente como parte do financiamento. A matemática torna-se ainda mais favorável se o comprador optar por unidades sem vaga de garagem, que costumam ser mais baratas e enquadradas no programa Casa Verde e Amarela.

Gerente Comercial da construtora, Philippe Martin garante que a empresa oferece pelo veículo valor melhor do que as agências de usados e que tudo é feito sem burocracia. “Na prática, se o cliente tiver dificuldade para pagar a entrada, essa pode ser uma boa saída”, diz ele.

Na avaliação dele, a maioria das unidades do Easy, um empreendimento em Campinho, foi rapidamente vendida pela proximidade com o BRT e também por estar a 1,5 quilômetro da estação de trem de Madureira. A empresa também investiu em Irajá, onde constrói o condomínio Flow em terreno de três mil metros quadrados, com 80% das unidades já vendidas. Um dos atrativos do projeto de 180 apartamentos é o fato de o futuro morador poder ir a pé até o metrô, caminhando cerca de 12 minutos.

 

30/01/2022 – Jornal Extra