O relator do projeto de lei (PL 5122/13) que amplia o horário de funcionamento de ônibus e metrôs nas grandes cidades, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), disse que, no caso dos metrôs e trens, os representantes do setor o convenceram de que não é possível a alteração sem prejuízo das atividades de manutenção das linhas.
O projeto, apresentado pelo deputado Ricardo Izar (PP-SP), foi discutido nesta terça-feira (13) na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. Pelo texto, os metrôs e trens de regiões metropolitanas teriam que funcionar ininterruptamente nos fins de semana, com intervalo não superior a 30 minutos entre as partidas, de zero hora às 4 horas da manhã. Durante a semana, continuaria o desligamento na madrugada para manutenção.
O representante da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos, Joubert Flores Filho, disse que apenas os metrôs de Nova York e de Londres funcionam sem parar nos fins de semana. Segundo ele, isso acontece porque esses sistemas de metrô têm mais capilaridade e podem parar uma linha, deixando outra ativa. Joubert também argumentou que a demanda baixa não justificaria a alteração dos horários.
Segurança e manutenção
O deputado Vanderlei Macris disse que a preocupação é com a segurança do passageiro. “Há uma necessidade de levar em conta a questão de manutenção, de segurança dos passageiros. Um transporte como o de São Paulo, com 4 ou 5 milhões de pessoas por dia, não pode correr o risco de ter manutenção mal feita ou deixar de ter manutenção”, declarou.
A audiência não tratou de outro aspecto do projeto, a obrigatoriedade do funcionamento dos ônibus por 24 horas nas cidades com mais de 300 mil habitantes. Para o deputado Ricardo Izar, a aprovação da Lei Seca tornou urgente dar uma alternativa para que cidadãos possam voltar para as suas casas à noite sem o uso de automóveis.
A proposta será analisada pelas comissões de Viação e Transportes; de Desenvolvimento Urbano; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.