Relações Brasil-China é tema de encontro de tecnologia e inovação

Nos últimos meses, alguns colaboradores tiveram a oportunidade de conhecer o funcionamento do sistema metroferroviário da China e as suas novas fábricas que apostam fortemente na criação de tecnologias e automação. Esses colaboradores fizeram mestrado ou visitas técnicas no país asiático e compartilharam informações e curiosidades para cerca de 260 pessoas da Companhia durante 23º Encontro de Tecnologia e Inovação, realizado no dia 27 de novembro.

O evento, feito no auditório do Senai Francisco Matarazzo no bairro Brás, foi aberto por José Erlan Dias Alves, chefe do Departamento de Provimento e Desenvolvimento de Pessoal. Ele destacou o fato do encontro ser fora das dependências da CPTM, o que “já é uma das premissas da inovação porque permite novos olhares e integração com outras áreas”. Em seguida, o diretor de Operação, Luiz Eduardo Argenton, falou sobre a importância de cada vez mais toda a empresa estar de olho nas novas tecnologias para trazer cada vez mais ganhos na operação e nos demais processos

No primeiro painel, os colaboradores Reginaldo Antonio de Pinho, Juliana Wada Ramos da Silva e Marco Takeo Murakami contaram como foi a experiência de fazer mestrado na Escola de Tráfego e Engenharia de Transporte, da Universidade Central Sul, localizada na cidade de Changsha, no Estado de Hunan. O curso durou dois anos, com conclusão em julho deste ano, e foi totalmente custeado pelo Ministério de Comércio Exterior da China.

Eles apresentaram um vídeo mostrando a universidade e os alojamentos para estudantes e contaram as curiosidades do ponto de vista cultural como a comida extremamente apimentada e falta de água gelada – a temperatura nos bebedouros é normal (ambiente) ou quente para fazerem chá em qualquer lugar. Também esclareceram que a comida exótica – disseminada na época da grande fome na década de 60 – não faz parte do dia a dia chinês. Os pratos mais comuns são os feitos com macarrão fresco.

Em relação à Geopolítica, apontaram a estratégia chinesa de desenvolvimento externo investindo em rotas terrestres em diversos países. Os colaboradores também citaram os temas de suas teses (veja mais abaixo).

No segundo painel do encontro, o gerente de projetos, Eduardo Tavares, o gerente de estratégia empresarial, Maicon Satiro, e o assessor da Diretoria de Operação, Guilherme Soledade, apresentaram as suas impressões das visitas técnicas nas fábricas e no sistema metroferroviário na China, que ocorreram durante o Seminário de Economia Orientada à Serviço, promovido pelo Ministério de Comércio Exterior da China, em setembro de 2019.

Sobre o ambiente industrial, Soledade destacou que a estrutura chinesa do século 21 tem padrão europeu. “O país conseguiu passar de importador de tecnologia para criador de novas tecnologias e, se continuar nesse ritmo, em breve será exportador.” O assessor contou que a indústria chinesa que ele conheceu é muito automatizada, limpa e organizada, com ambiente de trabalho adequado, forte valorização do trabalho em equipe e procedimentos padronizados. “Os chineses agora querem produzir com mais qualidade para reduzir custos de manutenção e garantia e investir centros de pesquisa e desenvolvimento.”

Eduardo Tavares traçou um panorama do metrô de Changsha implantado a partir de 2010. Hoje são três linhas, sendo que há mais três sendo construídas e outras três em planejamento. A população da cidade é de 8 milhões de pessoas e metade vive na área rural. Entre as principais curiosidades da implantação dessas linhas é que todos os projetos são feitos pela própria operadora do metrô. Já a obra é contratada, com prazo de execução de quatro anos. “As estações são grandes e quase que totalmente ocupadas por lojas de comércio e serviços. Possuem máquinas de raio-X, porta-plataforma e painel de informações com o tempo de espera para o próximo trem. Outra curiosidade é que há fraldário e, na porta, a foto do empregado designado para liberar o seu uso.”

Em relação aos meios de pagamento, Maicon Satiro destacou que tudo pode ser comprado por celular com o uso do QR Code, inclusive o acesso aos sistemas ferroviários, cujos bilhetes também podem ser adquiridos em maquinas de autoatendimento. Quem precisar comprar com dinheiro deve procurar o Serviço de Atendimento ao Cliente. O Mobile Payment, como é chamado o pagamento pelo celular, também é muito usado no comércio em geral. Até novembro, era obrigatório ter conta em um banco chinês, dificultando o uso pelos estrangeiros. Agora, aceitam cartão internacional. Maicon apresentou alguns números curiosos como: Na China, só os usuários de internet equivalem a 4 vezes a população brasileira, o Mobile Payment já representa 16% do PIB Chinês e apenas 1% do PIB dos Estados Unidos. E 74% da população chinesa compra pelo celular; no Brasil, esse índice é de 45%.

O conhecimento do modelo chinês ajuda a pensar em novas tecnologias e mudanças para a CPTM. Por isso, segundo José Erlan, apresentá-lo aos demais colaboradores é uma etapa importante do Programa I.ON – um conjunto de ações que visa incentivar a cultura da inovação na empresa – lançado em outubro.

As teses:

– Análise de risco do ciclo de vida para fornecimento internacional de trem – um estudo de caso entre China e Brasil
Reginaldo Pinho
– Trajeto de Transferência de Vibração utilizando método OTPA e APTA
Juliana Wada
– Investigação sobre o mercado mundial da soja e perspectivas de transporte brasileiro de soja
Marco Murakami

28/11/2019 – CPTM

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