Um projeto da Trensurb foi selecionado para a avaliação da United States Trade and Development Agency (USTDA), agência norte-americana de fomento a empreendimentos na área de infraestrutura realizados em países em desenvolvimento. O projeto em questão inclui estudos para implantação de projeto-piloto de um sistema integrado de gestão de riscos em tempo real. A empresa busca apoio financeiro para seu desenvolvimento. Nos dias 19 e 20 de novembro, um consultor da USTDA esteve na Trensurb para conhecer detalhes do empreendimento e saber mais sobre a empresa (foto).
O sistema proposto utilizaria tecnologia da informação e sistemas ciber-físicos – a chamada “internet das coisas”, com sensores capazes de coletar diversos tipos de dados – para entrelaçar os processos de operação, manutenção e energia. O objetivo é produzir informações abrangentes, relevantes e seguras para colaborar, de forma ágil, no desempenho da gestão de riscos e gerencial da Trensurb. Segundo os criadores do projeto, o economista Paulo Lomando e o engenheiro Fernando Cornely, esse entrelaçamento entre as diversas áreas e processos, estruturado a partir da norma ISO 31000, consiste no aspecto inovador do projeto. Além disso, seria o primeiro sistema de gestão de riscos em tempo real nos transportes metroferroviários do país. Hoje, conforme Lomando, a gestão de riscos dos operadores trabalha com dados coletados previamente que podem levar meses para se transformarem em informação gerencial.
O objeto escolhido para o estudo proposto é o sistema de frenagem dos trens. Por meio de sensores e registradores de eventos, os dados seriam gerados, transmitidos, armazenados e processados. Então, seriam entregues de forma ajustada aos responsáveis pelas decisões gerenciais. A ideia é que esse ciclo se dê em tempo real. Os dados gerados por meio dos sensores no sistema de frenagem poderiam ser integrados e convertidos em informações que influenciem a melhora na operação, manutenção, prevenção de riscos, economia de energia e na própria confiança e agilidade das decisões gerenciais. O sistema integrado permitiria, por exemplo, o cruzamento de dados dos componentes do trem, possibilitando que se estabeleça relações entre o número de vezes que o freio foi utilizado, em que ponto do trajeto, sua intensidade e o desgaste, necessidade de reparos ou troca de componentes. As informações coletadas e processadas em relação à frenagem também servirão de subsídio para a criação de soluções modernas e eficiente de prevenção de riscos – inclusive riscos de acidentes na via.
A expansão do projeto poderia se dar para as mais diversas áreas e processos da empresa, de forma integrada. O mesmo “princípio ativo” aplicado ao sistema de frenagem dos trens poderia ser utilizado com inúmeros objetos e situações. Poderia inclusive, futuramente, servir para que se tenha o controle, com alto grau de segurança e precisão, sobre a documentação da empresa, facilitando e agilizando processos e permitindo o controle de riscos sobre a tramitação de processos internos.
10/11/2019 – Trensurb