Presidente Dilma chega de VLT ao Museu do Amanhã

O futuro virou presente na Zona Portuária com a inauguração, ontem à noite, do Museu do Amanhã, na Praça Mauá. A solenidade contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, que chegou ao complexo cultural a bordo do VLT João do Rio — uma das 32 composições que serão usadas nas linhas que circularão pelo Centro e entrarão em operação em 2016. Acompanhada do prefeito Eduardo Paes, do governador Luiz Fernando Pezão e de José Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo, ela conheceu as atrações do museu, começando pelo Portal Cósmico, também chamado de Ovo Negro.

Dilma percorreu todo o Museu do Amanhã, que segue um roteiro de cinco perguntas: “de onde viemos?”, “quem somos?”, “onde estamos?”, “para onde vamos?” e “como queremos ir?”.

— O Museu do Amanhã já nasce como um patrimônio histórico do país. É um museu belíssimo e, sobretudo, instigante. É um museu feito para nossos netos, nossos filhos e, claro, para nós — disse Dilma, acrescentando a importância de sua inauguração num momento em que o mundo discute as mudanças climáticas. — Esse é um lugar que está plenamente no ritmo do que será o amanhã.

O Museu do Amanhã é uma iniciativa da prefeitura do Rio, concebido e realizado em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo, e tem o banco Santander como patrocinador master. O projeto conta ainda com a BG Brasil como mantenedora e o apoio do governo do estado, por meio de sua Secretaria do Ambiente, e do governo federal, por intermédio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), organização social de cultura sem fins lucrativos vencedora da licitação promovida pelo município, é responsável pela gestão do museu.

‘UM CAMPEÃO DE SELFIES’

O prefeito Eduardo Paes afirmou, durante a cerimônia, que o novo espaço cultural já é uma referência carioca para o mundo:

— A gente inaugurou mais uma marca do Rio. Um ícone que rapidamente se tornou campeão de selfies.

José Roberto Marinho destacou o caráter interativo e educativo do museu, que, segundo ele, “será um espaço de diálogo de qualidade”.

— O Amanhã é resultado do que fazemos hoje — afirmou o vice-presidente do Grupo Globo.

Secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, Hugo Barreto afirmou que o museu apresenta perguntas e dilemas do mundo atual da forma mais lúdica e instigante possível.

— É um museu que conjuga ciência e arte — disse Barreto.

O museu será aberto ao público no sábado com um “viradão”: a partir das 10h, e até as 22h de domingo, a Praça Mauá terá uma extensa programação cultural. Neste fim de semana, não haverá cobrança de ingresso no complexo cultural. Após o período inaugural, o Museu do Amanhã funcionará de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custarão R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Às terças-feiras, a entrada será gratuita.

UM GIGANTE REPLETO DE DETALHES

Desenhado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o Museu do Amanhã começou a ser construído em 2012. Durante as obras, foram usados mais de 22 mil toneladas de areia, 21 mil metros cúbicos de concreto estrutural e cerca de quatro mil toneladas de estruturas metálicas. A execução do projeto ficou a cargo de um consórcio de empresas, sob comando da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro, e custou R$ 215 milhões.

Imponente, o museu tem 338,3 metros de comprimento e 20,85 metros de altura. São 15 mil metros quadrados de área construída. Até chegar ao desenho final do Museu do Amanhã, foram feitos 500 esboços. Calatrava diz que se inspirou em uma bromélia e, para ele, sua criação guarda semelhanças com a planta da espécie Tillandsia cyanea.

O subsolo é uma parte importante do projeto, que é sustentável. Lá funciona o sistema de refrigeração, que vai captar água da Baía de Guanabara e depois devolvê-la ao mar, mais limpa. As águas da Baía serão utilizadas na troca de calor com o sistema de climatização do prédio. Ainda na linha da sustentabilidade, a geração de energia para uso interno será feita por meio da instalação de placas que transformam a luz do sol em energia elétrica. Para captar maior quantidade possível de luz solar, as estruturas da cobertura da construção se movimentam ao longo do dia, produzindo 247,9 MWh por ano. A produção permite acender, por uma hora, aproximadamente quatro milhões de lâmpadas incandescentes de 60 w. São 5.492 painéis fotovoltaicos divididos em 24 módulos.

O traço inusitado e o domínio do branco chamam a atenção no museu. A Íris, uma espécie de guia interativa do espaço, acompanha a visita, guarda as informações exibidas para cada pessoa e avisa quando há atualizações. Um globo suspenso na entrada reproduz um mapa-múndi digital e lança questões sobre o que pode ser esse museu que tem, por exemplo, uma esfera de LED com informações sobre correntes marítimas e massas de ar pendurada sobre a cabeça dos visitantes.

17/12/2015 – O Globo