PPA prevê R$ 58 bilhões para transportes metropolitanos com mais redes de trilhos e BRTs em São Paulo até 2023

O governador de São Paulo, João Doria, sancionou o PPA – Plano Plurianual 2020-2023, que prevê uma série de investimentos para o Estado em diversas áreas, como saúde, educação, mobilidade urbana, transportes e logística, segurança pública, assistência social, entre outras.

Para os transportes metropolitanos, são previstos R$ 58,8 bilhões neste período, entre recursos do orçamento, PPPs – Parcerias Público Privadas e outras fontes de recursos não orçamentárias.

A maior parte destes recursos será para expansão da rede de trilhos e gestão de PPPs.

O objetivo é ampliar a demanda de trens, metrô e sistema de ônibus da EMTU para 3,39 bilhões (3.397.717.585) de passagens pelos transportes metropolitanos registradas por ano, em 2023.

Na rede de trilhos, o PPA destaca o prolongamento da Linha 9 – Esmeralda até Varginha, a extensão da Linha 13 – Jade até o bairro de Bonsucesso em Guarulhos e à região central do município de São Paulo, a extensão da Linha 11 – Coral até a Barra Funda e as seguintes modernizações de infraestrutura e sistemas: Linha 7 – Rubi, Linha 8 – Diamante, Linha 10 – Turquesa, Linha 11 – Coral e Linha 12 – Safira. A modernização das linhas de Metrô e do sistema de ônibus da EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos também está no documento.

Em relação à expansão da linha 13-Jade para o Bonsucesso, a previsão é de que pouco mais da metade (54,9%) estejam concluídos.

Para a linha 9-Esmeralda, já com a extensão para Varginha, no extremo Sul, a intenção do PPA é que a demanda passe de 171,3 milhões de passageiros por ano (171.323.690) para 206,4 milhões (206.433.495) em 2023.

Outra linha que é projetado o aumento de demanda é a 11-Coral, de 221,5 milhões (221.508.483) de passageiros por ano para 229,7 milhões (229.717.100) em 2023.

A frota de trens próprios da CPTM para 2023 é prevista em 137 composições.

A Linha 5-Lilás do Metrô, de concessão privada, deve em 2023 transportar por ano 248,4 milhões (248.423.100) de passageiros.

Em relação ao sistema de ônibus metropolitanos, que continuarão essenciais mesmo com a expansão da rede de trilho, o Plano Plurianual para 2023, prevê aumento da quantidade de corredores e melhoria dos índices de qualidade dos serviços.

Entre corredores convencionais, BRTs – Bus Rapit Transit e VLTs – Veículos Leves sobre Trilhos, 2023 deve ter 57,85 km. O valor referência era o período de 2016-2018, cuja estrutura de prioridade ao transporte público era de pouco mais de 33 km.

O cumprimento de viagens deve ser de 95% e 100% da frota de ônibus devem obedecer aos limites de emissões em 2023.

A média do índice de satisfação do passageiro que era de 6,95; pelo PPA deverá ser de 7,15 como nota em 2023.

O PPA também traz a previsão para a linha 19-Celeste do Metrô (Anhangabaú/Bosque Maia), ligando Guarulhos à capital paulista. Pelo plano, devem estar implantados 11,3% do empreendimento.

As portas de plataforma, consideradas essenciais para evitar queda de passageiros e objetos nas vias também estão no PPA.

Para a linha 1-Azul, até 2023, deve haver 21 estações com o equipamento, 5 para a linha 2-Verde e 17 para a linha 3-Vermelha.

Em relação a monotrilhos, um sistema de capacidade e agilidade inferior ao metrô, sobre a linha 15-Prata (zona Leste) que deve ser prolongada até Cidade Tiradentes, até 2023, é previsto um avanço de 77,6% do empreendimento e sobre a linha 17-Ouro (zona Sul), que ainda está sem operar, o avanço estimado é de 56%

Outra linha que é aguardada pela população é a 6-Laranja de metrô, entre a estação São Joaquim (região central) e Vila Brasilândia, na zona Noroeste da capital paulista, cujas obras pararam em setembro de 2016 devido às dificuldades do Consórcio Move SP. A previsão é de em 2023, é de avanço de 65%. A empresa espanhola Acciona deve assumir as obras e operação da linha.

De acordo com o texto do PPA, os transportes metropolitanos melhoraram ao longo do tempo, mas ainda há necessidade de eliminar gargalos, como o tempo de espera e o número de viagens que precisa aumentar, além das fiscalizações serem mais eficientes.

“Entre as principais demandas está o aumento da oferta de viagens. Embora avanços possam ser observados em relação à qualidade dos novos trens da CPTM e Metrô, bem como dos veículos sob gestão da EMTU, os resultados das audiências públicas demonstram que a percepção da população é de que o sistema de transporte público precisa melhorar sua organização e eficiência, pois o aumento da qualidade não foi acompanhado de aumento equivalente na oferta de viagens. A percepção é de que há progressos, mas o tempo de espera e a lotação dos sistemas ainda são gargalos que afetam a eficiência do sistema de transporte. Também em destaque está a percepção da necessidade de ampliar a fiscalização do transporte intermunicipal.”

As metas foram publicadas no Diário Oficial do Estado de São Paulo desta sexta-feira, 10 de abril de 2020.

10/04/2020 – Diário do Transporte