Adotando o lema “Mobilidade com Qualidade” a Fetranspor- Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro vem incentivando sindicatos e empresas do sistema no aprimoramento contínuo dos serviços e implantação de programas de gestão voltados para a qualidade.
O Rio de Janeiro é a segunda maior metrópole do Brasil e nos últimos anos passou por transformações contínuas no perfil socioeconômico da população, com o crescente número de veículos em circulação (mais de 2,5 milhões de veículos, DENATRAN, 2014) a cidade enfrenta problemas graves de congestionamentos e pouca fluidez do tráfego. A necessidade de melhorias no sistema de transporte coletivo foi ainda ressaltada pelo fato do Rio de Janeiro ser uma das sedes da Copa das Confederações em 2013, da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016.
O setor de transporte rodoviário de passageiros no Rio de Janeiro está em processo de modernização para atender, de forma cada vez mais eficiente, as necessidades da população. Neste contexto, a implantação de sistemas de BRS (Bus Rapid System), BRT (Bus Rapid Transit) e o VLT (Light RailVehicle) associados à utilização de combustíveis e tecnologias que contribuam para a redução das emissões são sem dúvida um dos passos mais importantes para que o transporte rodoviário de passageiros seja realmente eficiente e esteja alinhado aos conceitos da mobilidade sustentável.
O BRS (Bus Rapid System) promove maior agilidade dos transportes públicos com baixo custo, os ônibus trafegam em corredores preferenciais, o que reduz o tempo de viagem em cerca de 30%. Este sistema visa ordenar as linhas de ônibus, reduzir a frota em circulação e aumentar o conforto e a eficiência da operação. O Rio de Janeiro já conta com 37,9 km de corredores BRS na Zona Sul e no Centro, o projeto está sendo executado em etapas e inclui 21 das ruas e avenidas de maior fluxo, em diversos bairros.
O sistema BRT do Rio de Janeiro utiliza ônibus articulados de grande capacidade com tecnologia que atende ao padrão europeu de emissões V que operam em vias segregadas e exclusivas formando uma rede integrada de corredores e linhas de ônibus. Com um baixo custo de implantação comparado a outros tipos de modais, este sistema opera com maior velocidade média que os ônibus convencionais, possuem capacidade para transportar de 5 a 45 mil passageiros/ por hora/ sentido e permite a redução da frota em circulação. Estima se que um ônibus articulado pode substituir três ônibus convencionais e estes ônibus por utilizarem tecnologia Euro V associada a uma operação mais eficiente emitem cerca de 32,5% menos poluentes locais (monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC) e óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado (MP) e 9% de dióxido de carbono (CO2) (poluente global) que um ônibus convencional.
As mudanças já foram iniciadas na cidade do Rio de Janeiro que inicialmente terá quatro corredores BRTs: Transoeste, Trascarioca, Transolimpico e Transbrasil – com um total de 150 quilômetros e 165 estações. O Transbrasil provavelmente terá uma das maiores demandas entre todos os BRTs já projetados e implantados no mundo, a expectativa é de que ele atenda aproximadamente 500 mil passageiros por dia.
O espaço físico adjacente aos corredores também está recebendo um tratamento urbanístico de modo a conciliar a função de usos diversos ao longo do corredor, com a implantação de ciclovias, melhoria das condições das calçadas, revitalização de praças, construção de rampas e passarelas entre outras medidas urbanísticas que visem à melhoria da mobilidade e acessibilidade ao longo dos corredores.
O VLT por sua vez traz para a cidade do Rio de Janeiro o conceito de transporte público integrado, conectando estações de metrô, trens, barcas, BRT e sistema de ônibus convencionais, visando melhorar o trânsito na região central da cidade.
Estas iniciativas pretendem trazer benefícios como a redução de congestionamentos e dos tempos de viagem; melhoria da qualidade dos serviços de transporte, maior integração entre os modais; reduções significativas e renovação da frota em operação econsequentemente reduções nos níveis de emissão de poluentes.
A Fetranspor através do seu Programa Ambiental está realizando estudos de viabilidade de utilização de novas tecnologias e combustíveis renováveis e menos poluentes associados a estes novos sistemas de transporte. Estes estudos visam subsidiar o governo e o setor de transporte na definição de estratégias para implantação de tecnologias mais limpas no transporte.
Sistemas de transporte público eficientes são essenciais para alcançar benefícios econômicos, ambientais e sociais.
As mudanças que estão sendo promovidas no transporte de passageiros na cidade do Rio de Janeiro pretendem, além de promover a melhoria da qualidade de vida da população e a qualidade ambiental, contribuir para posicionar o Rio de Janeiro na vanguarda como um exemplo de cidade com mobilidade de qualidade e transporte sustentável.
Giselle Ribeiro – Gerente da Qualidade da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro e RioCard Cartões