Ministro das Cidades e atleta paralímpico testam e aprovam VLT do Rio

Rio inicia teste do VLT. Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio de Janeiro
Rio inicia teste do VLT. Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio de Janeiro

Atleta paralímpico e morador do Rio de Janeiro, Jonas Licurgo Ferreira, 46 anos, pôs à prova a acessibilidade de um dos projetos de mobilidade urbana pensados como legado dos Jogos Rio 2016. Campeão parapan-americano no lançamento de dardo em Toronto 2015, ele fez um “test drive” no Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que ligará o Centro da capital fluminense e a região portuária da sede dos Jogos 2016.

A implantação do novo meio de transporte tem custo avaliado em R$ 1,157 bilhão, sendo R$ 532 milhões de recursos federais e R$ 625 milhões viabilizados por meio de parceria público-privada (PPP) da prefeitura do Rio.

De cadeira de rodas, o atleta passou pela Praça Mauá e acessou a rampa que leva à plataforma do VLT. Acionando um botão que fica na lateral do vagão, em uma altura adequada aos cadeirantes, ele abriu a porta e entrou no trem.

“Independentemente de a obra ainda estar em andamento, nós temos uma acessibilidade muito boa. A distância entre o trem e a plataforma é ideal. Não tive dificuldade para me locomover dentro do trem e o local para a cadeira se encaixar é adequado”, avaliou Licurgo. O piso da plataforma é antiderrapante e conta com sinalização tátil para deficientes visuais.

“A vinda das Olimpíadas e Paralimpíadas está trazendo uma mudança radical para o Rio de Janeiro, inclusive na acessibilidade. Isso aqui mudou muito. Vai ser um legado para a gente. A gente viu a mudança no BRT, agora com o VLT também”, completou o atleta.

Os primeiros testes com o VLT do Rio de Janeiro estão sendo realizados e a previsão é que o trajeto entre a Rodoviária e o aeroporto Santos Dumont entre em operação no próximo mês. Serão 18 paradas e uma estação no trecho. O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, o prefeito Eduardo Paes, e o secretário nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, acompanharam a visita, realizada nesta segunda-feira (7).

As autoridades embarcaram na Parada dos Museus, ao lado da Praça Mauá, e seguiram até a Parada Utopia. “Evidentemente que a cidade do Rio de Janeiro, com a conclusão dessas intervenções, se transforma, tem um novo marco. O governo federal dá todo apoio e comparece com recursos, porque é o nosso papel, a nossa vocação, essa parceria com os municípios e com os estados, notadamente no campo da infraestrutura”, disse Kassab.

A segunda etapa de implantação do projeto vai ligar a Central do Brasil à Praça 15 e está marcada para ser concluída no segundo semestre deste ano. Ao todo, o sistema terá 28 Km, 29 paradas abertas e três estações fechadas. O VLT conectará trens, metrô, barcas, teleférico, BRTs, ônibus convencionais, rodoviária, terminal de cruzeiros marítimos e aeroporto em uma malha que vai funcionar de segunda a domingo, 24 horas.

“Quando a gente fez o plano dos Jogos, a gente levou em conta toda esse planejamento estratégico da cidade, de revitalização do porto, junto com a prefeitura. Aqui temos uma prova disso”, apontou Ricardo Leyser.

No VLT, serão 32 trens, com capacidade de transporte de 420 passageiros por composição. O sistema chegará a até 300 mil passageiros por dia quando entrar em operação plena. A distância média entre as paradas será de 400 metros.

O tempo máximo de espera entre um trem e outro vai variar de 3 a 15 minutos, de acordo com a linha. Os trens não têm fios superiores em rede aérea e são alimentados por duas fontes de energia: um terceiro trilho energizado e supercapacitores.

Linha 4 do metrô

Kassab também visitou, na tarde desta segunda-feira, a futura estação São Conrado da linha 4 do metrô da cidade, que vai ligar Ipanema à Barra da Tijuca. Acompanhado do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e do diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Henrique Paim, ele percorreu as instalações que estão em fase final de acabamento.

A nova linha terá 16 quilômetros de extensão, com seis estações: Nossa Senhora da Paz (Ipanema), Jardim de Alah, Antero de Quental, Gávea, São Conrado e Jardim Oceânico (Barra). É uma obra do governo do estado que integra o Plano de Políticas Públicas dos Jogos Rio 2016, com investimento total de R$ 9,77 bilhões. Desse valor, 6,6 bilhões vêm de financiamento federal via BNDES e já foram autorizados. Outros R$ 989 milhões, segundo o governador Pezão, estão sendo pedidos ao BNDES para a reta final.

“Desses R$ 989 milhões, R$ 489 milhões são para terminar a obra da fase Olimpíada, até a Barra da Tijuca, e mais 500 milhões para entregar a estação da Gávea”, explicou Pezão.

Segundo o governo do Estado, a linha 4 é maior obra de infraestrutura em andamento na América Latina e emprega mais de 9 mil trabalhadores. A nova linha vai transportar 300 mil pessoas por dia, retirando das ruas cerca de 2 mil veículos por hora no período de pico de trânsito. Quando estiver em pleno funcionamento, será possível ir da Barra a Ipanema em 13 minutos e da Barra ao Centro em 34 minutos. O passageiro poderá utilizar todo o sistema metroviário pagando apenas uma passagem.

“O governo federal tem, com a cidade e com o estado do Rio de Janeiro, parcerias transformadoras, desde as que estão vinculadas aos Jogos Olímpicos até as que não estão vinculadas. E esta obra do metrô é a mais emblemática de todas, porque é muito significativa em relação aos Jogos e também é legado das Olimpíadas para a cidade e o Estado”, disse Kassab, ressaltando que está confiante na entrega da obra no prazo.

Cronograma

De acordo com o secretário de estado de Transportes, Rodrigo Vieira, a obra está dentro do cronograma, e falta um trecho de cerca de 150 metros para a finalização das escavações da linha. Com 90% de conclusão dos trabalhos, diversos testes já estão sendo realizados.

“Estamos testando a subestação elétrica que vai abastecer a Linha 4, que fica num prédio ao lado desta estação (São Conrado). Os testes vão sendo realizados de forma individual e depois são integrados, isso até maio. Em junho, já teremos trens passando e, em julho, a previsão é abrir essa linha (para a população), com operação assistida. Depois o horário é ampliado, assim como a capacidade da linha”, explicou Rodrigo Vieira.

A estação São Conrado está praticamente finalizada. “Estamos na fase de acabamento. Os sistemas estão sendo instalados e aqui já podem ser vistas as escadas rolantes, os elevadores, as esteiras sendo montadas e todo o sistema de iluminação e ventilação, que já está pronto”, disse o secretário de transportes.

Ele acrescentou que todas as estações estarão funcionando ao mesmo tempo, com exceção da estação Gávea, que tem previsão de entrega para 2017. O plano de operação para os Jogos Olímpicos, ainda de acordo com o secretário, está em discussão entre o Comitê Rio 2016 e a prefeitura, e o metrô estará operacional para atender esse plano.

A nova linha será fundamental durante os Jogos. A recomendação para quem segue do Centro da cidade, da Tijuca e da Zona Sul em direção à Barra para as competições é utilizar a linha 4 do metrô até a estação Jardim Oceânico e fazer a conexão com o BRT (Transoeste), que vai levar o espectador até o Parque Olímpico e aos outros locais de competição na Barra da Tijuca.

08/03/2016 – Portal Brasil 2016