Mais hospitais e leitos de UTI – Unidade de Terapia Intensiva, ampliação dos testes de diagnósticos, isolamento social enquanto a pandemia avança: tudo isso é medida essencial para conter avanço do coronavírus que teve origem na China.
Mas não basta. Há questões graves no Brasil que precisam ser enfrentadas e que, pelo atual estado, dificultam o combate à Covid-19 e a qualquer outro tipo de doença infecciosa.
Entre estas questões estão as condições de moradia e transporte público.
O posicionamento é do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em entrevista sobre mais um balanço a respeito do avanço do vírus no final da tarde desta terça-feira, 31 de março de 2020.
“Nós temos problemas de moradia, nós temos fragilidades, nosso transporte público é muito precário, nós vamos ter de trabalhar muito esta questão de mobilidade urbana. Eu não vejo o mundo dividido nesta maneira. O que vejo é cada um enfrentando o seu quadro social. O Brasil vai enfrentar o dele. Modelagem social para falarmos de demanda social. A gente precisa também algumas condicionantes de transporte público. Enfim, essas condicionantes nós temos de superar. Muitas delas não são de atribuição do Ministério da Saúde e são de outros ministérios”- disse Mandetta.
Para o ministro, ônibus, trens e metrôs superlotados não são ambientes favoráveis à saúde dos cidadãos, independentemente da pandemia, mas agora a situação é mais grave.
A higiene e limpeza dos coletivos, inclusive fora dos períodos de pandemia, são ações em prol da Saúde, que não são de responsabilidade do ministério, e que precisam ser analisadas com maior atenção pelos órgãos competentes.
Os sistemas de transportes coletivos urbanos e metropolitanos são projetados para serem lotados, caso contrário, não se sustentariam financeiramente. Mas a situação de superlotação e muitas vezes o desleixo com a higiene de ônibus e trens pode colocar a saúde das pessoas em risco.
01/04/2020 – Diário do Transporte