Os sistemas de metrô, trens urbanos e Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) registraram queda média de 82% na quantidade de passageiros transportados na última semana devido à pandemia do coronavírus, diz em nota a ANPTrilhos – Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros Sobre Trilhos.
Segundo a entidade, a redução de passageiros tem sido crescente nos últimos dias, para um setor que normalmente transporta mais de 11 milhões pessoas por dia útil.
Mesmo com a queda na demanda, os operadores metroferroviários vêm mantendo a regularidade na prestação do serviço, garante a ANPTrilhos. Sobretudo profissionais das áreas essenciais – saúde, segurança e comércio – que dependem desse modo de transporte, têm sido atendidos pelos sistemas, acrescenta.
As orientações dos órgãos de saúde vêm sendo seguidas, diz a entidade. A limpeza tem sido reforçada de estações e trens, principalmente em locais de maior contato como bilheterias e corrimãos. Equipamentos de proteção, como máscaras, estão sendo disponibilizados para os profissionais do setor. E os funcionários que fazem parte do grupo de risco de contaminação, pessoas acima de 60 anos e portadores de doenças crônicas, estão afastadas de suas atividades operacionais.
Em relação aos cuidados com os passageiros, medidas do Ministério da Saúde de prevenção contra o coronavírus estão sendo intensificadas, como campanhas de comunicação que avisam às pessoas para cobrir a boca ao tossir e lavar as mãos com frequência.
Impacto no setor
O setor metroferroviário registrou forte queda na demanda de passageiros nas últimas semanas, diz a ANPTrilhos. O impacto no equilíbrio financeiro é direto, alertam as empresas operadoras do transporte sobre trilhos, o que pode levar à paralisação dos sistemas de metrô, trem e VLT.
Um levantamento feito pela Associação aponta ainda para uma perda de arrecadação, apenas com bilheteria, da ordem de R$ 271 milhões, nos últimos nove dias, quando o setor começou a ser afetado pela redução de demanda. A considerar que a situação permaneça pelos próximos sete dias, a entidade estima perda de mais R$ 261 milhões.
Na última quarta-feira (25), o setor registrou redução média de 82% na quantidade de passageiros transportados. A situação mais crítica verificada nesta data mostra uma perda de 96% dos passageiros e a situação se agrava a cada dia.
O setor se ressente da falta de medidas específicas para tratar da crise econômica do transporte público sobre trilhos, muito embora ele esteja classificado, pelo próprio governo federal, como um setor essencial, indispensável ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
Segundo Joubert Flores, presidente do Conselho da ANPTrilhos, “o próprio Decreto 10.282 deixa claro que, se não atendido, o transporte de passageiros pode colocar em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população diante do enfrentamento da crise.”
Diante deste cenário, a ANPTrilhos já apresentou às autoridades governamentais estaduais e federais documento com medidas de rápida adoção, que poderão contribuir para garantir a prestação dos serviços de transporte e a manutenção dos funcionários do setor.
02/03/2020 – Mobilize