Em 5 março de 1979 era inaugurado o metrô do Rio de Janeiro. Finalmente, os cariocas mataram a curiosidade e puderam embarcar em um trem de metrô. O centro da cidade e os bairros do Catete e da Glória tinham se transformado em grandes canteiros de obra e a expectativa dos moradores era intensa.

Roberto Almeida trabalha no metrô do Rio de Janeiro desde novembro de 1978. Ou seja, ele viu cada uma das 41 estações ser inaugurada e modernizada.

“Quando penso em 1979, a imagem que me vem à cabeça é de um canteiro de obras, onde operários da construção trabalhavam com afinco para concluir as obras que viabilizariam o início da operação do metrô. Tenho muito orgulho de ter contribuído e de ainda contribuir para um meio de transporte que presta um serviço de alta relevância para a cidade”, diz o engenheiro.

Na época, o sistema contava com 4,3km de trilhos ligando cinco pontos da cidade. As estações Praça Onze, Central, Presidente Vargas, Cinelândia e Glória funcionavam entre 9h e 15h, horário que foi estendido até as 23h no fim do mesmo ano. Quatro trens de quatro carros cada um circulavam pelo trecho, com intervalos médios de oito minutos entre cada composição.

O engenheiro Eli Canetti é o funcionário mais antigo do metrô do Rio. Ele foi estagiário da antiga Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro, em 1976, aos 22 anos, e hoje é assessor de expansão no MetrôRio.

“Quando o metrô estava prestes a ser inaugurado, nós convidamos a população a conhecê-lo. Fazíamos visitas às cinco estações e, quando os trens começaram a circular, organizávamos viagens entre Praça Onze e Estácio. A empatia entre o transporte e o público começou cedo. E, como nunca nos esquecemos de que o cliente é a prioridade, esse sentimento dura até hoje”, analisa Canetti.

Em 1980, as estações Uruguaiana e Estácio foram abertas para o público. A ampliação do sistema e o crescente público fizeram com que o número de carros nos trens pulasse de quatro para seis.

Em 1981, as estações Carioca, Catete, Morro Azul (hoje, Flamengo) e Botafogo foram inauguradas. Em novembro desse mesmo ano, as obras das estações São Cristóvão e Maracanã eram concluídas e a Linha 2 já começava a receber seus primeiros clientes. Em dezembro, como um presente de Natal, a Zona Sul ganhou a estação Largo do Machado.

Metrô na Tijuca

No início de 1982, as estações Afonso Pena, São Francisco Xavier e Saens Peña abriam as portas para o público do bairro da Tijuca. Os moradores do bairro ficaram satisfeitos em poder fazer o trajeto até o Centro de forma rápida e segura, sem depender de carro ou ônibus.

Nos anos seguintes, a Linha 2 dava um salto com a abertura das estações Maria da Graça, Del Castilho e Inhaúma. Em 1984, o trecho que atendia a Zona Norte e o subúrbio do Rio começou a operar comercialmente, com cinco trens nos dias úteis, em intervalos de menos de seis minutos durante a semana. Em 1988, a estação Triagem foi inaugurada. Nos anos seguintes, Thomaz Coelho e Vicente de Carvalho abriram as portas para o público.

Copacabana, “A Princesinha do mar”

Em 1998, a concessionária MetrôRio passou a operar o transporte. A grande novidade aconteceu no meio daquele ano: finalmente, Copacabana, a “Princesinha do mar”, ganhava uma estação para chamar de sua. Depois de anos de obras, a estação Cardeal Arcoverde abria as portas para um público ansioso por um meio de transporte mais rápido para chegar ao seu lazer preferido, a praia.

Em agosto e setembro do mesmo ano, mais seis estações passavam a operar no sistema: Irajá, Colégio, Coelho Neto, Engenheiro Rubens Paiva, Acari/Fazenda Botafogo e Pavuna.

Em 2003, a estação Siqueira Campos abria suas portas para o público. Quatro anos depois, Copacabana ganhava sua terceira estação, Cantagalo.

Grupo Invepar assume a missão de conectar a cidade

Em dezembro de 2009, o metrô entrava numa nova era: o MetrôRio passou a fazer parte do grupo Invepar (Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A). A novidade somou-se a um pacote de investimentos de R$ 1,150 bilhão no sistema, que incluiu a compra de 19 novos trens, melhorias em infraestrutura, a construção das estações Cidade Nova e Uruguai, a modernização do Centro de Controle Operacional, a modernização dos sistemas de segurança e sinalização, implantação de acessibilidade total para pessoas com necessidades especiais em todas as estações, a construção da conexão direta Pavuna/Botafogo e de novas subestações de energia.

Outros marcos importantes do mês de dezembro foram a abertura da estação General Osório, primeira do bairro de Ipanema, e a inauguração da ligação direta entre as linhas 1 e 2 (Botafogo-Pavuna). Somente essa conexão direta entre as duas linhas reduziu, na época, em quase 15 minutos o tempo de viagem entre as estações. No fim de 2010, a estação Cidade Nova abria as suas portas para o público.

Entre agosto de 2012 e março de 2013, os 19 novos trens da CRC (Chanchung Railway Vehicles Co.) entraram em operação nas duas linhas. Com essa aquisição e as melhorias no sistema, os intervalos foram reduzidos para quatro minutos e 30 segundos nas estações finais e dois minutos e 15 segundos no trecho compartilhado entre as duas linhas (Botafogo até Central), no horário de pico.
Ainda em 2013, a concessionária começava a marcar sua presença nos megaeventos que a cidade do Rio de Janeiro iria sediar: durante os quatro dias da Jornada Mundial da Juventude, cerca de 3,5 milhões de pessoas se locomoveram pela cidade de metrô, numa integração jamais vista no sistema de transporte público do país.

O ano seguinte já começou com uma novidade: em março, a estação Uruguai, a quarta na Tijuca, abriu as portas para o público. Entre junho e julho, o MetrôRio foi o transporte número um dos torcedores que compareceram aos jogos da Copa do Mundo na cidade. Nos sete dias de jogos no Maracanã, foram transportados 682,2 mil torcedores, mais de 70% das pessoas que assistiram às partidas ou que aproveitaram a estadia na cidade para visitar o estádio ou torcer nas festas nas imediações.

Linha 4 chega à Barra da Tijuca

Para a operação Linha 4, cuja obra foi executada por um consórcio construtor contratado pelo Governo do Estado, a concessionária Metrôrio fez investimentos de mais de R$ 1,1 bilhão em infraestrutura e novas composições. Em 2015, 15 novos trens começaram a operar nas linhas 1 e 2 para, em 2016, entrarem em operação. Além disso, entre 2015 e 2016, a concessionária revitalizou os 30 trens mais antigos da frota (Alstom-Mafersa), com o objetivo de melhorar o desempenho dessas composições e aumentar o conforto dos clientes.

Em 30 de julho de 2016, as cinco estações da Linha 4 (Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, São Conrado e Jardim Oceânico) foram inauguradas sob grande expectativa da sociedade. Dois dias depois, em 1º de agosto, a nova linha foi aberta apenas para credenciados dos Jogos. Durante o megaevento, o MetrôRio transportou 12,8 milhões de passageiros nas suas três linhas.

Para os Jogos Paralímpicos, realizados em setembro de 2016, a operação especial foi mantida e o metrô do Rio de Janeiro foi um dos mais acessíveis do mundo. Logo após o evento, a Linha 4 foi finalmente aberta para o público. Hoje, transporta cerca de 180 mil passageiros por dia útil.
Presente e futuro

Hoje, as 41 estações das três linhas do MetrôRio transportam, em média, 880 mil clientes por dia útil. Com 58 km de extensão, é o segundo maior metrô do Brasil. Os próximos passos incluem a extensão da Linha 2 até a estação General Osório, a ampliação de serviços dos novos produtos, como o cartão Giro, e o aumento das parcerias com empresas que possam proporcionar facilidade e conforto aos clientes. Atualmente, o MetrôRio conta com 2.709 funcionários e aposta em planos de carreira. Não é raro um bilheteiro ganhar um cargo administrativo e, alguns anos depois, ser promovido a gerente. A empresa valoriza o crescimento de cada colaborador.
O engenheiro mecânico Nelson Walker tem 61 anos de idade, 40 deles como colaborador do metrô.
“Minha relação com o metrô vai muito além de um trabalho. Meu avô trabalhou na antiga Central do Brasil, um primo meu era ferroviário e um dos meus filhos, que também é engenheiro, começou a trabalhar no MetrôRio no ano passado. Ele tira os meus projetos do papel. Sinto um orgulho imenso”, comemora Walker.

22/03/2019 – MetrôRio