Metrofor defende integração entre metrôs, VLTs e ônibus em reunião de comitê do Fortaleza 2040

Um sistema de transporte que já opera de forma significativa e que possui planejamento e projetos em execução para sua expansão e sua integração com outros modais de transporte. Foi assim que a Cia Cearense de Transportes Metropolitanos apresentou o Metrofor a representantes de órgãos estaduais e municipais, nesta segunda-feira (9/10), durante reunião do comitê de mobilidade e acessibilidade do projeto Fortaleza 2040. Pela primeira vez, a empresa que opera o sistema metroviário da Capital sediou reunião do projeto que discute os rumos de desenvolvimento da cidade.

O Diretor de Desenvolvimento e Tecnologia, Edilson Aragão, explicou aspectos históricos e técnicos das quatro linhas que fazem parte do Metrofor – duas operando e duas em fase de implantação – e mostrou como esse sistema pode ser o eixo estruturador da mobilidade urbana em Fortaleza, ao ser integrado com os demais meios de transportes. “O sistema metroferroviário não é concorrente do rodoviário. Os dois devem atuar integrados para atender às necessidades da população. […] O transporte rodoviário poderia trabalhar integrado, mudando seu conceito de concorrente para convergente. E a gente já chegou nesse nível. Todas as autoridades municipais estão conscientes disso. Há uma perfeita integração nesse processo”, afirmou o diretor.

Para Edilson Aragão, o planejamento da cidade deve incorporar os projetos metroferroviários. “O Metrô pode ser de fato o meio de transporte estruturador da mobilidade urbana da cidade, com as linhas (de ônibus) sendo convergentes, e fazendo com que as estações se transformem em grandes pontos de investimento e de concentração de pessoas”, disse. O presidente do Metrofor, Eduardo Hotz, abriu a reunião setorial. “Fortaleza tem, de fato, um sistema metroferroviário em pleno funcionamento, e também um planejamento para que ele se desenvolva”, afirmou.
Eduardo também mencionou o conceito das duas Parcerias Público Privadas (PPPs) que estão em desenvolvimento para a concessão das linhas, sendo uma delas para as linhas Sul e Ramal Parangaba-Mucuripe, e uma segunda para as linhas Leste e Oeste.

Ele informou que os termos iniciais para uma Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) foram enviados com antecedência para análise do Tribunal de Contas do Estado (TCE), no objetivo de evitar que um chamamento público seja lançado com divergências na corte de contas.

Participaram da reunião representantes do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf), Instituto do Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) e Coordenadoria Especial de Pessoa com Deficiência de Fortaleza (Copedef). Emerson Damasceno, coordenador do Copedef, pediu atenção aos itens de acessibilidade nos projetos de mobilidade. Além da Linha Sul – maior e mais moderna linha de transporte de passageiros sobre trilhos no Ceará – o Metrofor é formado ainda pelas linhas Oeste, Ramal Parangaba-Mucuripe e Linha Leste. Destas, encontram-se em operação as linhas Sul e Oeste, além de um trecho de cinco quilômetros do Ramal Parangaba-Mucuripe, que está em operação assistida, com passageiros, desde julho. Em fase de implantação encontram-se outros 8,4 quilômetros do Ramal Parangaba-Mucuripe.

Participantes elogiam integração entre modais

Participantes do comitê de mobilidade urbana e acessibilidade do Fortaleza 2040 se mostraram interessados em uma política de integração entre ônibus, metrô e VLT para o planejamento da mobilidade urbana de Fortaleza. “Esta é um excelente diálogo que está se iniciando, juntando Governo do Estado, Prefeitura e seus diversos setores envolvidos nas questões da mobilidade, para um melhor investimento dos recursos e a melhor integração”, afirmou Larissa Menescal, arquiteta e urbanista, analista de planejamento e gestão do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor). “A reunião proporcionou uma visão mais geral e integrada em relação ao Metrô e ao transporte público que hoje é ofertado por ônibus. Isso é o interessante”, disse Ana Cláudia, analista de projetos da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor).

A reunião desta segunda-feira serviu para esclarecer como os órgãos públicos estão se articulando para pôr em prática seus planejamentos, como salientou José Roberto de Resende, secretário-executivo da Secretaria Municipal de Infraestrutura. “A apresentação de hoje foi importante porque amarrou um pouco o contexto histórico para a gente compreender como é que as coisas vinham acontecendo, as dificuldades de financiamento, as demoras na liberação dos recursos e, consequentemente, a demora na execução das obras”, avaliou o gestor.

Durante a ocasião, os membros do comitê de mobilidade e acessibilidade participaram de uma visita ao Centro de Controle Operacional (CCO) do Metrofor e puderam observar os equipamentos que compõem as tuneladoras da Linha Leste. Cyro Régis, consultor da Coordenadoria de Transportes e Obras, da Secretaria da Infraestrutura do Ceará, elogiou a proposta de integração: “É importante que a gente possa ter um sistema integrado com os demais modais, não um sistema independente”, disse.

Saiba mais

LINHA SUL (em operação)
24.1 km de extensão
19 estações
Cidades: Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba

LINHA OESTE (em operação)
19,5 km de extensão
10 estações
Cidades: Fortaleza, Caucaia

RAMAL PARANGABA-MUCURIPE* (em implantação)
13,4 km de extensão
10 estações
Cidade: Fortaleza
Trecho de 5km do Ramal Parangaba Mucuripe encontra-se em operação assistida

LINHA LESTE (em implantação)
13,2 km de extensão
12 estações
Cidade: Fortaleza

09/10/2017 – Metrofor