A Secretaria de Gestão do Território e Habitação realizou, nessa quinta-feira (10), na sede do Metrô, em Águas Claras, audiência pública para discutir com a população a proposta de ampliação de usos do lote na Avenida das Araucárias, às margens da Estada-Parque, em Águas Claras. Moradores da cidade e usuários do sistema metroviários tiraram dúvidas e apresentaram sugestões sobre proposta de implantação de estação do metrô associada a empreendimento comercial do tipo shopping.
O terreno está disponível para a instalação da Estação Estrada-Parque, mas a companhia pretende estender os usos para a construção de um centro comercial, que deverá funcionar por meio de uma concessão pública comum. O Metrô lançará o edital condicionando a reconstrução da estação, hoje fechada ao público, mas que atende ao sistema. A operação e a receita da estação serão de exclusividade do Metrô.
O próximo passo será a apresentação de um projeto de lei complementar, que precisa ser aprovado pela Câmara Legislativa do DF, para mudar a destinação do terreno, no Lote nº 4.250 da Av. Araucárias, denominado Estação nº 19 – Estrada Parque, com uma área total de 29.008,32 m². A previsão é que esse projeto seja votado ainda este ano. O Diário Oficial publicou autorização para o Metrô a lançar o edital de licitação, que, neste momento, está sendo avaliado pelo Tribunal de Contas do DF. E o Conselho do Planejamento Territorial e Urbano (Conplan) aprovou a mudança.
De acordo com o diretor Financeiro e Comercial do Metrô-DF, Gilberto Pompílio, a concessão será um benefício para a população do DF por ser um empreendimento concentrador de trabalho. “Lançamos uma manifestação de interesse privado (MIP) e várias empresas se mostraram interessadas em relação ao investimento. Por isso vimos a possibilidade de exploração comercial desse terreno”, afirmou Pompílio.
Mesmo sem operação ao público, a Estação Estrada-Parque custa à companhia aproximadamente R$ 100 mil mensais com pagamento de impostos, limpeza, vigilância etc. “Primeiro será entregue a estação, em um prazo de 1,5 ano, com fluxo de usuários de até oito mil pessoas. E depois, em um prazo médio de 4 anos, será aberto o empreendimento comercial, com estimativa de 20 a 30 mil frequentadores diários”, explicou o diretor.
Outro benefício será a receita extratarifária proveniente dessa concessão, que será paga mensalmente para os próximos 30 anos e que vai cobrir os gastos com a estação. Depois desse prazo, todo esse patrimônio será incorporado ao Metrô, podendo explorá-lo comercialmente.
A subsecretária de Gestão Urbana da Secretaria de Estado de Gestão do Território e Habitação (Segeth), Cláudia Varizo, fez uma apresentação das sugestões do governo para a exploração do terreno e explicou que todas as modificações estão de acordo com o Plano de Desenvolvimento Local de Taguatinga. “Nesse plano, estão previstas a criação de áreas com características adequadas à implantação de atividades diversas e dinamização de área de influência do Metrô”, destacou. Para Cláudia Varizo, a área privilegia os espaços coletivos e vai beneficiar também os moradores de Vicente Pires.
O atendimento aos usuários do Metrô foi a principal preocupação dos presentes. O presidente da Associação dos Usuários do Metrô-DF, Luzimar Pereira, destacou que a concessão tem que ter como finalidade o atendimento dos moradores da região e a prestação de um serviço metroviário de qualidade. Já o arquiteto e morador de Águas Claras, Valdo César de Carvalho, demonstrou preocupação em relação à acessibilidade na área, uma vez que aumentará o fluxo de moradores e veículos nas proximidades. “A passarela que liga Águas Claras a Vicente Pires precisa estar em condições para receber o aumento do número de pedestres”, disse.
Cláudia Varizo respondeu que todos esses questionamentos serão explorados durante a elaboração do projeto, e as sugestões dos usuários serão levadas em consideração.
Também participaram da audiência pública a diretora da Diretoria das Unidades de Planejamento Territorial Central Adjacente I e II (Dicad) da Segeth, Ana Cristina Machado Vieira e o administrador de Águas Claras, Valdeci Manoel Machado.
Foto: Paulo Barros/Ascom Metrô-DF