O governo de Brasília lançará nos próximos dias uma pesquisa para avaliar a satisfação das pessoas que utilizaram o metrô em 2016. O resultado permite à Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) fazer projeções mais objetivas para a melhoria no sistema. O levantamento mais recente — relativo aos serviços em 2015 — apontou que, numa escala de 0 a 10, 83,8% dos passageiros frequentes deram notas entre 7 e 10 para o transporte.
O estudo encomendado pela empresa pública tem 120 páginas e aborda diversos aspectos. O vagão exclusivo para mulheres e pessoas com deficiência, por exemplo, conta com a aprovação de 90,6% dos 2.960 entrevistados.
Em 31 de agosto de 2015, os carros exclusivos para esses dois públicos passaram a ser liberados durante todo o período de prestação do serviço metroviário, das 6 horas às 23h30 de segunda a sábado e das 7 às 19 horas aos domingos e feriados. Até então, a prerrogativa era aplicada apenas aos horários de pico da manhã e da tarde, nos dias úteis.
As pessoas que responderam à pesquisa, feita ao longo de 2016, também opinaram sobre a acessibilidade das 24 estações do DF. Para 75,6%, as formas para ingressar e sair das estações e dos trens são ótimas ou boas. A avaliação considerou escadas rolantes, elevadores e espaços para transitar, entre outros.
A limpeza dos trens foi outro quesito bem avaliado para quase 90% dos entrevistados. Sobre o horário de funcionamento das 6 horas às 23h30 de segunda a sábado, quase 70% disseram estar satisfeitos. Por outro lado, 64,2% desejam que o horário seja ampliado aos domingos e feriados.
Tempo de viagem satisfatório no metrô de Brasília
O quesito tempo de viagem foi considerado ótimo ou bom para 76,6%. Aliás, esse é um dos fatores que mais pesam na escolha pelo metrô, uma vez que o transporte sobre trilhos não está sujeito às adversidades do trânsito, como acidentes, que causam congestionamentos e atrasam a viagem. “Com o metrô, eu sei exatamente a hora em que vou chegar ao meu destino. Posso programar meus compromissos com tranquilidade”, disse a estudante Elaine Honorato, de 23 anos.
Quanto à segurança nas estações e nos trens, poucas pessoas se queixaram. A pesquisa revela que 94,6% nunca foram furtados, roubados ou presenciaram algum crime das catracas para dentro.
Público diversificado no metrô de Brasília
O estudo encomendado traçou o perfil dos passageiros regulares do metrô. A maioria dos respondentes (42,4%) tem ensino médio completo. Logo atrás aparecem aqueles com curso superior (completo ou cursando), que somam 37,9%.
Um pouco mais de 40% dos usuários do transporte metroviário na capital do País têm renda entre R$ 1.708,01 e R$ 5.124. Em seguida, com 28,7%, figuram aqueles que recebem entre R$ 854,01 e R$ 1.708, e, na sequência, com 15%, quem tem proventos que giram entre R$ 5.124,01 e R$ 8.540.
Para o diretor-presidente da companhia, Marcelo Dourado, a avaliação positiva reforça a necessidade de ampliação do sistema. Ele explica que todos os projetos de expansão do metrô para Samambaia, Ceilândia e Asa Norte estão concluídos e licitados, mas falta a União, por meio do Ministério das Cidades, liberar os recursos para o início das obras.
“A população cobra a expansão do metrô porque percebe que esse serviço representa ganho de qualidade de vida. O cidadão sabe que vai chegar mais rápido em casa quando sair do trabalho e dedicar esse tempo à família”, destaca Dourado.