Com ampliações dos atuais trajetos e construção de novos trechos, previsão é de que a rede chegue a 146 quilômetros em 2028, ante os 104 quilômetros atuais
14/09/2024 – O Estado de S.Paulo
A primeira viagem do Metrô de São Paulo faz 50 anos neste sábado, 14. A rede tem 104 quilômetros em linhas e seis projetos de expansão da malha em andamento. A previsão é chegar a 146 quilômetros até 2028. Os números não contabilizam a extensão de trens, operados pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e pela concessionária ViaMobilidade.
A Linha 6 Laranja prevê ligar a Brasilândia à Estação São Joaquim, com operação a partir de 2026. Houve imprevistos na obra, mas o governo aumentou o repasse.
Por passar por perto de sete grandes instituições de ensino, como PUC, FAAP e Mackenzie, ganhou o apelido de ‘linha das universidades’.
A Linha 17 ouro passará pela zona sul, conectando o Aeroporto de Congonhas à Linha 5 Lilás e à Linha 9 Esmeralda.
A obra havia sido prometida para a Copa do Mundo de 2014, mas após atrasos agora é prevista para 2026.
A Linha 2 Verde e a Linha 15 Prata (o monotrilho) já têm obras para novas estações, o que deve aumentar a oferta na zona leste, onde há maior carência no transporte público.
As Linha 4 Amarela e Linha 5 Lilás ainda não estão em obras, mas já têm contratos assinados para mais estações. A futura parada em Taboão da Serra, na Linha Amarela, pode ser a 1ª do metrô fora da capital.
O metrô de São Paulo tem visto cair o número de passageiros após a pandemia. A queda é de 18,7% entre janeiro e junho, ante o 1º semestre de 2019, último ano antes da covid-19. Fatores comportamentais e econômicos, segundo especialistas, estão entre as explicações.
Ao mesmo tempo, cresce a demanda por transporte público, sobretudo em áreas mais pobres.
“O centro tem mais opções – como estações de metrô e ciclovias – do que a periferia. Isso não só é reflexo da desigualdade na cidade, como produz mais desigualdades.”
Bianca Freire-Medeiros, especialista em mobilidade da USP
Além disso, o metrô é um modal menos poluente, o que ajuda a frear a crise climática. Na última década, atrasos nas obras e restrições orçamentárias do poder público reduziram a velocidade de entrega dos novos trechos.
E, no cenário com menos passageiros, há o desafio de equilibrar receitas e atrair investimentos, já que boa parte do custeio do metrô vinha das tarifas. A principal aposta da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) é em parcerias com a iniciativa privada, a exemplo da Linha 6-Laranja e da ampliação da 4-Amarela.
Ampliação da Linha 2-Verde
EVOLUÇÃO DAS OBRAS
68%
Em obras pelo Metrô. Serão 8 novas estações na zona leste: entre elas Água Rasa, Anália Franco, Aricanduva e Penha. A previsão de entrega para o 1º trecho, de Vila Prudente à Vila Formosa, é no fim de 2026. O 2º trecho, de Vila Formosa à Penha, está previsto para 2027.
Linha 6-Laranja
EVOLUÇÃO DAS OBRAS
49,82%
Serão 15,3 km de linhas e 15 estações entre a zona norte e o centro. A previsão é de entrega do 1º trecho, entre as estações Brasilândia e PUC, em 2026. O 2º trecho, entre PUC e São Joaquim, é prometido para 2027. O Estado estuda ampliar o projeto ao norte e ao sudoeste, mas ainda não há novo contrato.
Ampliação da Linha 15-Prata
Há obras para 4,8 km novos. Serão uma nova estação no sentido oeste (Ipiranga, com conexão com a CPTM) e duas no sentido leste (Boa Esperança e Jacu Pêssego). A meta é concluir a obra em 2027. Há plano de estender até Cidade Tiradentes, o que ainda não foi levado à frente.
Linha 17-Ouro
Em obras desde 2012, devem ser entregues 6,7 km e oito estações na zona sul, ligando o Aeroporto de Congonhas ao Morumbi. Inicialmente eram previstas 18 estações, mas o projeto foi reduzido após sucessivos atrasos. O novo prazo de entrega, firmado no ano passado, é junho de 2026.
Ampliação da Linha 4-Amarela
Foi assinado em junho aditivo de contrato com a concessionária ViaQuatro para estudos e projetos de extensão até Taboão da Serra, com duas novas estações e 3,3 km. A expectativa é de que a obra comece até o fim do ano, com início da operação em 2028.
Ampliação da Linha 5-Lilás
Também em junho foi assinado aditivo de contrato com a concessionária ViaMobilidade para estudos e projetos de extensão da linha até o Jardim Ângela. Serão 4,3 km novos. A expectativa é de a obra começar no 1º trimestre de 2025, com início da operação em 2028.
Novos modelos de contrato
A Secretaria de Parcerias e Investimentos do Estado diz que os novas concessões têm sido feitos com pagamento de valor fixo (estipulado em contrato) pelo governo para operação conforme a disponibilidade de carros sobre trilhos.
Nos contratos antigos, a concessionária recebia parte da arrecadação com passagens. Naquele modelo, se há queda significativa em relação à demanda projetada, o governo é obrigado a bancar o prejuízo.
Segundo a pasta, a mudança nos contratos ajuda a manter a qualidade e, em casos de baixa na demanda, é possível diminuir a quantidade de vagões por viagem, reduzindo o risco de prejuízo ao Estado.
A pasta destaca também que o novo modelo amplia as possibilidades de lucro com o uso do espaço do metrô, com venda de publicidade e pontos de comércio.