Metrô da Gávea: Governo do Rio assina contrato para a retomada das obras da estação, paradas há 10 anos

Nova previsão é de que o equipamento, que deveria ter sido inaugurado para os jogos Rio 2016, seja entregue em meados de 2028. Governo também assinou dois acordos relativos ao transporte metroviário no Rio

10/04/2025 – O Globo

O governador Cláudio Castro assinou, na manhã desta quinta-feira, contratos que abrem caminho para a retomada das obras da estação Gávea, da Linha 4 do Metrô. Paralisados desde 2015, os trabalhos deveriam ter sido entregues em 2016 antes dos jogos olímpicos. Três documentos foram assinados na cerimônia realizada próximo ao canteiro de obras da estação: o termo de concessão da linha 4, por meio do qual é unificada a operação de todas as linhas do metrô na concessionária MetrôRio, encerrando a operação da Rio Barra. O segundo foi um termo aditivo ao contrato de concessão do MetrôRio, e o terceiro, o contrato de construção da Estação Gávea.

Um dos documentos assinados é um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). A operadora da Linha 4 desistirá de explorar o serviço, repassando a operação para o Metrô Rio, que se compromete a investir R$ 600 milhões na obra. Em contrapartida, o contrato de exploração da linha será estendido por mais 10 anos, até 2048.

A previsão é que a estação seja entregue em 2028 e atenda a cerca de 20 mil passageiros por dia. Estão previstas diversas frentes de trabalho, com a expectativa de até 2.500 operários atuando no auge da obra, o que deve acontecer entre oito e dez meses após o início. Neste sábado, a passagem básica do metrô sobe de R$ 7,50 para R$ 7,90. Durante a cerimônia, do lado de fora, alguns manifestantes seguravam cartazes em protesto contra o aumento.

— O sistema metroviário do Rio estava travado. O país tem problemas em concessões de modo geral. Precisamos de um marco regulatório para as concessões com regras claras. Vamos ter que enfrentar a questão das tarifas à luz da lei. Não adianta fazer uma discussão irresponsável como os técnicos do TCE fizeram com uma conta que ninguém sabe como foi feita. A redação tem que ser feita, mas não é de graça, temos que achar soluções reais — disse o governador Cláudio Castro.

A primeira etapa, ainda sem data definida de início, será reativar as bombas de sucção que vão retirar os 36 milhões de litros de água acumulados na estação desde 2018. Essa água foi mantida ali para garantir a estabilidade do terreno enquanto a obra estava paralisada.

— É a primeira vez que se unificam duas concessões públicas. Aqui destravamos não só a estação da Gávea, mas destravamos o metrô do Rio de Janeiro. Vamos comprar mais trens, haverá mais gente usando o serviço e vamos conseguir abaixar a tarifa. Agora de fato estamos com os trens nos trilhos e o mesmo vai acontecer com a SuperVia — disse o secretário de Transportes do estado Washington Reis.

Segundo ele, ainda este ano serão licitadas novas estações como as da Praça Quinze e da Cruz Vermelha.

A retirada da água e o rebaixamento do lençol freático devem durar cerca de seis meses. Serão feitas intervenções nas galerias do túnel que ligará a Barra à Zona Sul, acessado pela entrada de serviço na Travessa Madre Jacinta (próxima à PUC). Após essa etapa, as escavações serão retomadas com explosões. O “tatuzão”, equipamento usado para escavação de túneis, não será reativado.

Estamos inaugurando um novo ciclo de expansão e investimento no metrô. A Gávea é só o começo — disse Guilherme Ramalho, presidente do Metrô Rio.

Presente na cerimônia, o presidente da Câmara, vereador Carlo Caiado comemorou o anúncio da retomada das obras:

— A nossa luta começou em 2011, quando lideramos um abaixo-assinado com moradores da região e entramos com ação judicial para incluir a estação Gávea na expansão da Linha 4. Agora, temos novamente a esperança de a estação começar a operar — disse Caiado, que estudou na PUC, vizinha à estação.

Mudanças no projeto original

• Acessos: Um dos acessos, que seria no Shopping da Gávea, foi eliminado.
• Transporte vertical: Não haverá escadas rolantes. Os 20 mil passageiros esperados por dia utilizarão elevadores para acessar as plataformas, situadas a 55 metros do nível da rua. Escadas serão reservadas para emergências e serviços.
• Integração: A estação da Gávea não terá conexão direta com todas as estações da Linha 4. Passageiros precisarão fazer baldeação em São Conrado para acessar as estações Antero de Quental e Jardim de Alah (e, a partir delas, a Linha 1).