A Leme Engenharia, empresa do grupo franco-belga Engie dedicada à engenharia consultiva e que a partir desta semana passa a se chamar Tractebel, planeja concluir no primeiro semestre a aquisição de uma empresa brasileira especializada em projetos de mobilidade urbana, portos e aeroportos. O nome da empresa e o valor do negócio, porém, não são revelados.
“Estamos trabalhando neste projeto desde 2016. Para nós, ele é estratégico, importante e prioritário. A due diligence [auditoria financeira e operacional] e todas as tarefas que precisamos cumprir tomam tempo, mas o projeto segue dentro do programado. Muito provavelmente neste primeiro semestre teremos concluído a aquisição”, afirmou Cláudio Maia, presidente da Tractebel para a América Latina.
“É uma empresa na área de infraestrutura focada em mobilidade urbana, portos, aeroportos, ferrovia e metrô. E é uma empresa que tem bastante complementariedade com as atividades da Tractebel, tanto em geografia quanto em competência e produtos”, completou o executivo.
A Leme, agora Tractebel, é controlada pela Tractebel Engineering, que também passará a se chamar Tractebel. A mudança, segundo a empresa, faz parte de um projeto de unificação da marca em todo o mundo e representa a união da experiência global da companhia com o conhecimento dos mercados locais em que suas subsidiárias atuam.
A aquisição da empresa brasileira faz parte dos planos da Tractebel de diversificar seu portfólio, cujo carro chefe ainda são projetos na área de energia (transmissão e distribuição de energia, hidrelétricas, termelétricas e projetos de fontes renováveis, com destaque para o setor eólico). A empresa também atua nas áreas de infraestrutura e meio ambiente.
A companhia também planeja diversificar seu portfólio na América Latina, reduzindo a concentração no mercado brasileiro, que responde por cerca de 70% do faturamento na região, da ordem de R$ 222 milhões, em 2016. Nesse sentido, a Tractebel iniciou este ano as operações no México, onde é responsável pela engenharia do proprietário para a construção de um parque eólico de 52 megawatts (MW) de capacidade no Nordeste do país.
Para 2017, o executivo prevê uma melhora do cenário brasileiro, mas ainda considera como sendo um ano “desafiador”.
Esse componente contribui para a empresa buscar a diversificação de negócios entre os países da América Latina.
“Isso [redução da inflação e da taxa de juros] traz para 2017 claramente um cenário de melhores expectativas em relação a 2016. Já enxergamos essa melhora de expectativas no interesse maior de ‘players’ nos leilões de transmissão. Começamos a perceber uma maior atividade nessa área. Na infraestrutura, os projetos são de maturação um pouco mais lenta, mas os financiamentos de organismos multilaterais começam a estar mais evidentes. O ano de 2017 em si ainda será desafiador”, completou Maia.
Na América Latina, além do México, a companhia tem escritórios no Chile, Peru e Panamá e planeja abrir este ano uma unidade na Colômbia. No Brasil, a Tractebel possui cinco escritórios, em Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC) e Belém (PA), além da sede em Belo Horizonte (MG).