Mobilidade urbana é o deslocamento da população dentro das cidades. O tema vem ganhando destaque nos meios de comunicação por envolver questões fundamentais para o desenvolvimento da sociedade como sustentabilidade, infraestrutura e qualidade de vida. Por isso, ao completar 32 anos de existência, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) destaca seu comprometimento com a melhoria e a eficiência. O desafio é recuperar, modernizar e ampliar a malha metroferroviária nas cinco grandes cidades em que atua: Belo Horizonte, Recife, Natal, João Pessoa e Maceió.
Diante da atual situação do país, a meta é ainda mais desafiadora. Para o presidente Marco Fireman, tão importante quanto a inclusão da Companhia no PAC da Mobilidade e a articulação com o governo federal para a liberação de recursos este ano, é o respeito ao cidadão que utiliza o sistema metroferroviário. “Cumprimos um papel social na mobilidade urbana. Transportamos mais de 600 mil pessoas por dia. É o único serviço do Brasil subsidiado em quase sua totalidade, e é justamente essa visão que procuramos fortalecer nas nossas ações”.
Para atender com qualidade à crescente demanda de passageiros, a CBTU investiu R$ 323 milhões na compra de 25 novos trens (10 para Belo Horizonte e 15 para Recife), que juntos beneficiam cerca de 570 mil passageiros/dia nessas duas capitais. Nos últimos anos, a Companhia conseguiu a aprovação do PAC Mobilidade e do PAC Equipamentos de cerca de R$ 880 milhões para os sistemas de Maceió, Natal e João Pessoa. Os investimentos do PAC Equipamentos foram direcionados para a aquisição de Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), Trens Unidade Elétricos (TUEs) e locomotivas. Com isso, o intervalo entre as viagens diminuiu e a população foi beneficiada com mais conforto, segurança e rapidez nos deslocamentos.
Planejamento estratégico
Recentemente, foram solicitados R$ 540 milhões para a Linha 1 e R$ 1 bilhão para a construção da linha 2, no trecho de Calafate a Barreiro do sistema de Belo Horizonte. Em Recife, que opera o terceiro maior sistema de trens metropolitanos do país com 71 quilômetros, serão investidos este ano R$ 61 milhões na melhoria da infraestrutura da via.
No projeto de modernização do sistema da capital alagoana, foram aprovados R$ 209 milhões pelo PAC. Desses, já estão liberados R$ 70 milhões, dos quais R$34 milhões são previstos para serem utilizados em 2016.
Está previsto também este ano a execução da expansão que ligará a Estação Central ao bairro de Jaraguá (2,4 quilômetros de extensão), onde fica localizado o cais do porto, que será realizada em parceria com a prefeitura de Maceió. Em João Pessoa, dos R$ 180 milhões aprovados pelo PAC, R$ 25 milhões já foram liberados para melhorias na via permanente e nas estações. Desse valor, R$ 8 milhões tem previsão para serem executados neste ano. Na capital potiguar, dos R$ 311 milhões aprovados pelo PAC, cerca de 14 milhões serão executados em 2016 em projetos que visam aprimorar o sistema.
Reflexo do trabalho desenvolvido pela Companhia é que, a partir de 2010, o número de passageiros transportados anualmente nos sistemas Belo Horizonte, Recife, Natal, João Pessoa e Maceió passou de 125 para 179,9 milhões em 2015. Destaque para a demanda do sistema de Recife, que chegou a 112,2 milhões de pessoas, assim como de Belo Horizonte, que levou 61,1 milhões de usuários aos seus destinos. Ao todo, a CBTU realizou, em 2015, 312,6 mil viagens, correspondendo a 6,4 milhões de quilômetros rodados. “Nesse processo, é importante destacar e fortalecer a competência e a importância da CBTU na gestão dos sistemas de transporte de passageiros urbanos sobre trilhos. Estamos unidos e comprometidos para evitar cisões, não podendo abrir mão de nenhuma das nossas unidades para os governos estaduais, garantindo o equilíbrio econômico-financeiro da Companhia”.
Mesmo com tantos avanços e conquistas, o planejamento é ir além. “Temos um grande desafio a vencer: melhorar e adequar o nosso serviço, dando mais visibilidade ao setor e, assim, estimular cada vez mais o investimento do governo federal para a melhoria da qualidade de vida da população”, afirmou Marco Fireman.