Infraestrutura: avanços insuficientes

– Algumas obras de infraestrutura têm grande importância para a Baixada Santista. Nenhuma delas está na esfera de poder político e financeiro das prefeituras da região. Todas dependem de decisões do governo estadual ou do poder federal.

O governo estadual encaminha duas dessas obras. O Veículo Leve Sobre Trilhos, que na primeira fase liga Santos a São Vicente, já está operando numa parte do seu percurso. Por enquanto, com utilidade restrita. Mas no segundo semestre pode se constituir numa valiosa linha-tronco entre as duas cidades.

Há um projeto de BRT, pista exclusiva para ônibus rápidos, que ligaria o VLT em São Vicente até Peruíbe, no litoral sul, integrando essa cidade e mais Itanhaém. Mongaguá e Praia Grande. Ainda não decolou.

Adiantadas estão as obras de elevação da pista da Rodovia dos Imigrantes nos trechos em que há cruzamentos com o trânsito urbano de São Vicente. Além de produzir congestionamentos terríveis nos feriados e nos finais de semana da temporada de verão em toda a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, esses cruzamentos sempre sujeitaram os motoristas a assaltos, porque os bandidos fogem com facilidade para as favelas vizinhas. Em novembro as obras podem estar inauguradas e em funcionamento para o próximo verão.

A ligação por balsas entre Santos e Guarujá já deu. Está entre as mais movimentadas do mundo porque todas as outras de nível equivalente de importância já foram substituídas por túneis ou pontes. Nesse projeto, promessa de muitas campanhas, inclusive de Geraldo Alckmin, o governo estadual ainda não colocou nenhum tijolo. E os usuários das balsas têm reclamado muito de problemas.

Para finalizar o capítulo das obras estruturantes para a Baixada e o porto, ainda tem a entrada de Santos. O porto tem um único acesso rodoviário que passa por essa entrada. Em 2013, congestionamentos monstruosos no escoamento da safra de grãos paralisaram boa parte da operação portuária. Em 2015, um incêndio num terminal de granéis químicos trouxe outra paralisação. O projeto de reformulação dessa entrada está dividido em três partes: uma federal, outra estadual e outra municipal desde 2013. Mas nenhuma das três esferas conseguiu começar a sua parte. Tudo na estaca zero.

Paulo Schiff, É JORNALISTA E ESCREVE PARA O DCI ÀS QUARTAS-FEIRAS

24/02/2016 – DCI