Durante evento ocorrido em São Paulo no final de novembro, representantes do setor ferroviário brasileiro concluíram que a indústria se manteve estável diante a crise econômica, considerado como fator positivo. Porém, no segundo semestre deste ano houve queda no volume de encomendas e fabricação, o que acarreta dificuldades para o próximo ano.
De acordo com Vicente Abate, presidente da ABIFER, o volume de vagões para o transporte de carga deverá ter um aumento de 18% em relação à previsão para o ano, com a entrega de 4.708 unidades em 2015. Alcançou-se o mesmo volume no ano passado. Na parte de locomotivas, o volume a ser entregue no ano deverá chegar a 110 unidades, 22% acima da previsão, superior também às 80 locomotivas entregues em 2014.
Já no setor de passageiros, a entrega de carros sofreu redução de 20% em relação ao previsto, com um volume total de 337 unidades. Neste número, estão contabilizados metrô, monotrilhos e VLTs.
Segundo o vice-presidente do SIMEFRE, Luiz Fernando Ferrari, o setor de veículos de passageiros está sendo afetado pela situação econômica, com reflexos já em 2015 pelo atraso em novas encomendas que, pela natureza e tipo de ciclo industrial, trará impactos na produção a partir de 2017.
A indústria ferroviária brasileira também conta com a chegada de novos players no mercado para o fornecimento de sistemas ferroviários: a Alstom levantou uma planta dedicada especialmente para o mercado de VLTs, enquanto a sul-coreana Hyundai Rotem termina de construir sua planta em Araraquara, interior de São Paulo, para fornecer trens para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e para o grupo CCR, no metrô baiano.
O faturamento esperado para 2015 é de R$ 5,6 bilhões, o mesmo patamar atingido no ano passado. Para o próximo ano, o setor estima produção e entrega de 4 mil vagões (50 destes para exportação), 100 locomotivas (10 para exportação),473 carros de passageiros e VLTs (72 carros para exportação).