Indústria aumenta faturamento

A indústria ferroviária nacional registrou em 2015 faturamento de 6,2 bilhões de reais; valor que supera em 10,7% os R$ 5,6 bi registrados no ano anterior. A informação é da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) e do Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários), associações que representam juntas cerca de 110 empresas ou 90% do faturamento nacional para o setor. O crescimento foi atribuído ao aumento no número de locomotivas produzidas, além do aumento no setor de serviços.

Em 2015, foram produzidos no Brasil 4.683 vagões (75 destinados à exportação), 129 locomotivas (6 para exportação); e 322 carros de passageiros (78 para exportação). Os números estão abaixo dos registrados em 2014 para vagões e carros de passageiros (4.703 vagões e 374 carros de passageiros), mas superam — em 49 unidades — o número produzido de locomotivas, que em 2014 ficou em 80 máquinas. As 129 locomotivas produzidas em 2015, aliás, representam um recorde histórico, desde 1971.

Para 2016, há a expectativa da produção de mais 4.000 vagões (50 para exportação), 100 locomotivas (10 para exportação) e 473 carros de passageiros (72 para exportação). Apesar de um cenário aparentemente empolgante, principalmente em vista do período econômico brasileiro, a indústria se mantém cautelosa. “Nós temos que ter algum otimismo, mas tem que ser um otimismo cauteloso, pela situação do país.”, afirma Vicente Abate, presidente da Abifer e diretor do Simefre. “Nesses dois anos em que a economia do país de uma forma geral está com problemas, o setor não está. Então dá a impressão que a gente está ‘bombando’, mas não, a gente tem preocupação, porque mais um ano, 2016, que a gente vai sofrer com recessão de recursos, pode eventualmente nos afetar”, completa.

Em relação a 2016, a indústria depende de uma demanda que vem principalmente do setor público, especialmente nos carros de passageiros. Parte dos números projetados para 2016 são encomendas já em carteira, mas outra parte ainda precisa ser conseguida. “O que a gente está projetando são números bons ainda para o nosso mercado, mas são números que a gente vê preocupação; que eles possam se cumprir efetivamente, que tudo dê certo naquilo que a gente está imaginando e que, mais ainda no caso de [carros de] passageiros, comecem a surgir as licitações para poder cobrir anos posteriores, como 2017”, explica Abate.

18/01/2016 – Revista Ferroviária
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