Na manhã desta segunda-feira (6), a Trensurb recebeu uma comitiva do grupo Bunengi, da África do Sul, parceiro da Aeromovel Brasil S.A. licenciado para gerir projetos da tecnologia de transporte por propulsão a ar na África subsaariana. Eles fizeram o trajeto entre o Aeroporto Salgado Filho e a Estação Aeroporto da Trensurb utilizando a linha do aeromóvel operada pela empresa, reuniram-se com a direção da Trensurb e conheceram o grupo motopropulsor do modal.
O diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, falou aos visitantes sobre a experiência da empresa com o aeromóvel: “Temos a convicção de que a tecnologia funciona e funciona bem”. Kasper destacou a simplicidade e a eficiência do modal, inclusive seu baixo custo de implantação, manutenção e operação.
Presidente do grupo Bunengi, Savannah Maziya se disse empolgada com a visita ao Brasil para conhecer a tecnologia de perto. “Estar aqui, ver e ter a experiência de usar o aeromóvel é crítico para nós”, afirma. Para Savannah, cuja empresa está prospectando possíveis novas linhas do modal em solo africano, “é importante que estreitemos as relações entre Brasil e África”. Ela classificou a experiência de usar a linha do aeromóvel entre o aeroporto e o metrô como “muito boa” e se disse impressionada com sua capacidade de se adaptar a um trajeto com tantas curvas, bem como com o baixo impacto urbano e com o reduzido gasto energético. Em 2015, a média mensal do custo de propulsão por passageiro na linha do aeromóvel da Trensurb foi inferior a R$ 0,10.
Também participaram da atividade os diretores da Aeromovel Brasil S.A., Marcus Coester e Diego Abs, o superintendente de Desenvolvimento e Expansão da Trensurb, Nazur Garcia, empregados e gestores da empresa metroviária e da Bunengi.
Conexão metrô-aeroporto
O projeto foi desenvolvido no Brasil, usando tecnologia 100% nacional e movimentou uma cadeia produtiva que envolveu mais de 50 empresas e mil profissionais. Os veículos suspensos, movidos a ar, permitem integração e acesso rápido e direto ao terminal aeroportuário sem custo adicional para os usuários do metrô. O trajeto de 814 metros, com duas estações de embarque, é percorrido em 2 minutos e 35 segundos. Além de qualificar o acesso ao aeroporto, o empreendimento cumpre diretriz do governo federal para empresas estatais de investir em projetos de infraestrutura e inovação tecnológica e fomentar o desenvolvimento da indústria nacional.
Projetado pelo Grupo Coester, de São Leopoldo, o aeromóvel é um meio de transporte automatizado, em via elevada, que utiliza veículos leves, não motorizados, com estruturas de sustentação esbeltas. Sua propulsão é pneumática – o ar é soprado por ventiladores industriais de alta eficiência energética, por meio de um duto localizado dentro da via elevada. O vento empurra uma aleta (semelhante a uma vela de barco) fixada por uma haste ao veículo, que se movimenta sobre rodas de aço em trilhos.
Sustentabilidade e economia são marcas do aeromóvel. O projeto atende às legislações ambientais vigentes e, como a propulsão se dá com o acionamento de motores elétricos, não há emissão de poluentes gasosos. Esses motores são dispostos em casas de máquinas acusticamente isoladas, evitando também a poluição sonora. Já as estruturas elevadas e menos espessas, com design moderno, evitam a poluição visual.